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Vereadora Luna propõe criação de CPI para investigar Enel por apagão

Empresa diz que cerca de 2.000 funcionários trabalham 24 horas nas ruas para restabelecer o serviço

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A vereadora Luna Zarattini (PT) propôs, nesta segunda (6), a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Paulo para investigar a Enel pelo apagão em São Paulo que já dura mais de 70 horas.

O problema começou com a tempestade que atingiu a capital paulista na última sexta (3), e a previsão da companhia é a de que o serviço seja restabelecido até terça (7) para a maioria dos consumidores.

Na manhã desta segunda (6), cerca de 500 mil endereços continuavam sem energia na cidade, de acordo com a empresa.

Árvores caídas na Avenida Piassanguaba, no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo; moradores reclamam que estão há dois dias sem luz
Árvores caídas na Avenida Piassanguaba, no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo; moradores reclamam que estão sem luz - Ana Bottallo/Folhapress

"Milhões de paulistanos e paulistanas acabaram de entrar no quarto dia sem energia e estão sofrendo um prejuízo imenso. Comidas estragadas, impossibilidade de trabalhar em home office, falta de água por impossibilidade de bombear. Pessoas em condições de saúde que necessitam de aparelhos elétricos tiveram suas vidas colocadas em risco. É uma situação de calamidade", afirma a vereadora.

No requerimento em que propõe a CPI, a vereadora também afirma que a concessionária demitiu 36% dos seus colaboradores desde 2019 até o terceiro trimestre deste ano. Os dados foram revelados em reportagem da CNN, com base em relatórios trimestrais divulgados pela própria empresa ao mercado. No mesmo período, o número de consumidores atendidos pela Enel subiu 7%.

Segundo Zarattini, esse corte provocou uma sobrecarga de trabalho para os funcionários, "haja vista que em 2019 um funcionário atendia cerca de 307 casas, todavia, atualmente um funcionário atende mais de 510 casas."

Ela também argumenta que "é necessário investigar a conduta da concessionária, uma vez que existe um elevado número de reclamações dos usuários do serviço em relação a imprecisões na emissão e cobrança de faturas."

Para a parlamentar, o apagão prolongado que vive São Paulo mostra que a privatização de serviços essenciais "é extremamente prejudicial para a população".

A empresa italiana Enel adquiriu em torno de 73% das ações da Eletropaulo em junho de 2018. Naquele mesmo ano, a companhia passou a se chamar Enel Distribuição São Paulo.

Questionada pela coluna sobre a ação da vereadora Luna, a Enel disse, por meio de nota, que, nos "últimos cinco anos, tem apresentado uma evolução contínua nos indicadores de qualidade medidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estão inclusive em patamares melhores do que as metas regulatórias."

"Em relação a gestão de emergência, a companhia está com uma resposta de recuperação da rede mais efetiva do que em 2019. Naquele ano, em uma situação de fortes chuvas, a Enel São Paulo restabeleceu o fornecimento de energia para 650 mil clientes em até 24 horas. No último sábado (4), após a ventania de mais de 100k/h –a mais intensa registrada nos últimos anos com danos severos à rede de distribuição– 960 mil clientes tiveram o fornecimento de energia normalizado em 24 horas, com uma mobilização total dos times de operação de campo parceiros e próprios da distribuidora", afirma a empresa.

A empresa italiana Enel comprou em torno de 73% das ações da Eletropaulo em junho de 2018. Naquele mesmo ano, a companhia passou a se chamar Enel Distribuição São Paulo.

Ainda de acordo com a concessionária, desde que comprou a Eletropaulo, tem realizado investimentos anuais na ordem média de R$ 1,3 bilhão, "contra cerca de R$ 800 milhões por ano investidos anteriormente."

"Esse volume recorde de investimento está sendo destinado, principalmente, a digitalização e automação da rede elétrica, o que tem refletido na melhora dos indicadores de qualidade e na eficiência da companhia", diz.

A Enel diz ainda que, até esta segunda (8), restabeleceu a energia para 83% dos consumidores que tiveram o fornecimento interrompido pela tempestade. "Os profissionais da companhia seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira (07/11), conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo [Ricardo Nunes]."

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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