Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu violência

Ouvidor critica Tarcísio e diz que PMs, estimulados a matar, adoecem e estão sozinhos no banco dos réus

Claudio Aparecido da Silva afirma que governador foi infeliz ao minimizar eficácia de câmeras corporais

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Ouvidor das polícias do estado de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva diz que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi infeliz ao afirmar que o uso de câmeras corporais por policiais militares não é efetivo para aumentar a segurança da população.

"É uma declaração bastante equivocada por parte do governador. Todos os números, inclusive os produzidos pela própria polícia, dão conta de que essa política é muito efetiva e eficaz", diz ele. "Essa não é uma política em que São Paulo inova, mas que já existe há muito tempo no mundo", destaca.

O governador de São Paulo,Tarcísio de Freitas, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo - Eduardo Knapp - 19.dez.2023/Folhapress

Silva afirma ver com preocupação e tristeza o dado de que, no ano passado, o estado registrou um aumento de 34% no número de pessoas mortas por policiais militares em serviço, segundo levantamento feito pelo portal G1 a partir de registros do Ministério Público.

O ouvidor alerta para a interrupção de um ciclo de redução da letalidade policial em São Paulo que, na sua opinião, seria fruto de um discurso que estimula a corporação a matar mais.

Ele cita execuções ocorridas ao longo de 2023 que, além do excesso policial, envolveram fraude processual e omissão de socorro, e operações como a Escudo, que deixou ao menos 28 mortos na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, e se tornou a ação mais letal das forças paulistas desde o massacre do Carandiru.

"É uma lógica injusta que incute na subjetividade desses policiais que eles podem sair matando a torto e a direito, mas que, quando matam, se deparam sozinhos no banco dos réus", diz Silva. "Ao fim e ao cabo, são trabalhadores que ganham muito mal e que nem sequer têm condições de se defender."

Claudio Aparecido da Silva ainda afirma que, por diversas vezes desde o início do governo Tarcísio de Freitas, a Ouvidoria das Polícias se viu no meio do fogo cruzado por defender o afastamento e a punição de policiais que cometeram excessos —e que o órgão não abrirá mão de uma atuação incisiva, ainda que divergente.

"A Ouvidoria vai continuar nessa trincheira de defesa da vida. Não só da sociedade civil, mas também em defesa da vida do policial. Há uma questão muito forte que precisa ser debatida com profundidade em São Paulo, que é o estado mais letal contra a sua polícia em termos de adoecimento mental", afirma.

Dados de 2021 e de 2022 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que São Paulo é o estado brasileiro que mais registra suicídios de policiais da ativa.

"Vamos seguir atuando com esse equilíbrio, defendendo as corporações e uma segurança pública forte que respalde o Estado democrático de Direito. A Ouvidoria não vai abrir mão, em hipótese alguma, de defender uma segurança pública que caminhe junto dos direitos humanos", diz o ouvidor.


ISSO, ISSO, ISSO

O presidente do Grupo Chespirito, Roberto Gómez Fernández, prestigiou no MIS Experience, em São Paulo, a abertura da exposição que celebra os 40 anos da estreia de "Chaves" no Brasil, humorístico que foi protagonizado por seu pai, o comediante mexicano Roberto Bolaños (1929-2014). O diretor do MIS, André Sturm, e a secretária de Cultura do estado de São Paulo, Marília Marton, recepcionaram os convidados do evento, que ocorreu na manhã de sexta (5). O diretor do Museu Catavento, Jacques Kann, também passou por lá.

com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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