Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Janja defende Lula e diz que imprensa esconde genocídio de Israel em Gaza

Falas do presidente abriram uma crise diplomática com o governo israelense

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A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, foi às redes sociais para defender a fala do presidente Lula (PT) que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio conduzido por Adolf Hitler no Holocausto. As declarações do petista abriram uma crise diplomática com o governo israelense.

O presidente Lula e a primeira-dama, Janja
O presidente Lula e a primeira-dama, Janja - Evaristo Sá/AFP

"Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus", escreveu Janja na rede X (antigo Twitter).

A primeira-dama disse ainda que a imprensa esconde genocídio na Faixa de Casa.

"A fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu. Sejamos honestos nas análises. Perguntei certa vez a uma jornalista por que a imprensa não divulga as imagens do massacre em Gaza, ao que ela me respondeu: 'Porque são muito fortes as imagens das crianças mortas'. Se isso não é esconder o genocídio, eu não sei o que é. É preciso que o mundo se indigne com o assassinato de cada uma dessas crianças e que se una, urgentemente, na construção da paz!", afirmou ainda.

Lula afirmou no domingo (18) que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram um genocídio e ainda fez um paralelo com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler. "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o petista.

Nesta segunda (19), o Ministério das Relações Exteriores do governo de Binyamin Netanyahu declarou o líder brasileiro "persona non grata".

"Não esqueceremos nem perdoaremos", disse o chanceler Israel Katz. Em mensagem ao embaixador do Brasil no país, seguiu: "Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse".

O premiê Netanyahu já havia dito que Lula "cruzara uma linha vermelha" com suas declarações, e alguns deputados federais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram o tema politicamente e chegaram a aventar um pedido de impeachment do petista.

Como mostrou a Folha, a reação de Israel repercutiu mal dentro do Palácio do Planalto. Integrantes do governo consideram que Tel Aviv quer aumentar a dimensão da crise e avaliam ser improvável um pedido de desculpas do presidente.

As declarações também suscitaram respostas da comunidade judaica brasileira.

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) disse que o governo Lula "abandona a tradição de equilíbrio e a busca de diálogo da política externa brasileira". A Federação Israelita do Estado de São Paulo também lamentou a fala do presidente. O apresentador Luciano Huck também criticou o chefe do Executivo.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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