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Silvio Almeida se compara a Haddad e diz ser alvo de 'burrice com racismo' por pecha de 'acadêmico'

Ministro dos Direitos Humanos negou se colocar no lugar de vítima e afirmou estar disposto a enfrentamentos

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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, disse nesta sexta-feira (2) ser alvo do que chama de "uma mistura de burrice com racismo" ao ser criticado por sua atuação à frente da pasta. Ele ainda rechaçou a possibilidade de o presidente Lula (PT) estar insatisfeito com o seu trabalho.

No ano passado, integrantes do governo federal expressaram seu descontentamento com um suposto perfil excessivamente acadêmico tido por Almeida à frente do cargo. Na época, o ministro classificou as críticas como uma "mentira mal elaborada".

O ministro dos direitos humanos ,  Silvio Almeida, durante seu discurso de posse,  na Esplanada dos Ministérios, Bloco A.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, durante seu discurso de posse, em Brasília - Gabriela Biló - 3.jan.2023/Folhapress

O titular dos Direitos Humanos voltou a abordar o assunto em café com jornalistas realizado nesta sexta, em Brasília, para o qual a coluna foi convidada. Durante a conversa, Almeida evocou o nome do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também um acadêmico, e disse que o racismo seria o responsável por fazer com que, no seu caso, as qualidades acadêmicas sejam vistas como defeitos.

"Quem inventou essa história fez uma mistura que é muito comum, né? É uma mistura de burrice com racismo", disse. "Eu tenho uma tripla formação. A minha formação é em direito, filosofia e economia. É uma formação muito parecida —mestrado, doutorado e pós-doutorado em economia— com a de um outro ministro, que se chama Fernando Haddad. O meu amigo querido Fernando Haddad", seguiu.

"Por que que, para mim, no meu caso, as minhas qualidades viram defeito? Percebe?", afirmou. "Eu fui professor da Universidade de Columbia, fui professor da Universidade Duke, fui professor da Escola de Administração da Fundação Getulio Vargas, sou professor da escola de direito. Vocês perceberam? Mas isso tudo, para mim, vira um problema. Por quê? Porque eu sou preto."

Almeida ainda afirmou que Lula foi o presidente que mais construiu universidades na história do país, que gestou em seus governos programas como o Prouni (Programa Universidade Para Todos) e o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e se cercou, ao longo de sua trajetória, de grandes intelectuais.

"Ele me conta, às vezes, das conversas que teve com o Celso Furtado", disse. "[Lula é um presidente] que teve ao lado dele o Marco Aurélio Garcia, que anda lado a lado com Celso Amorim. Aziz Ab'Saber, Florestan Fernandes. Você acha que esse presidente ia achar ruim por ter um intelectual, um professor —eu tenho muito orgulho disso— sendo o ministro dele?"

Ao final de sua fala, Almeida ainda negou a possibilidade de se colocar como vítima por associar as críticas recebidas ao racismo e disse ser um ministro de postura combativa.

"Comigo, se vier, vai vir para o enfrentamento. Não tenho problema nenhum com isso. Vamos para o enfrentamento, quero ver. Eu não tenho problema nenhum com conflito. Eu sou ministro dos Direitos Humanos do conflito. É isso", afirmou.


PIPOCA

A atriz Samara Felippo prestigiou a sessão de estreia do longa "Fazendo Meu Filme" no Cinemark do shopping Cidade Jardim, em São Paulo, na segunda-feira (29). Os atores Bela Fernandes e Xande Valois, que estão no elenco da produção, compareceram. A escritora Paula Pimenta, autora do livro homônimo que inspirou a obra, esteve lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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