Foi editora do Painel.
Marta 'mantegou'
Ninguém no Ministério da Cultura entendeu a razão de a presidente Dilma Rousseff ter convidado Juca Ferreira para integrar a campanha de reeleição. Marta Suplicy, titular da pasta, soube da notícia por terceiros.
Nos bastidores do comitê dilmista, a avaliação é que a presidente demitiu Marta de um eventual novo governo ao fazer o convite ao ex-ministro da Cultura de Lula. O objetivo era afinar a relação da candidata com artistas e militantes. Só que a atribuição cabia, naturalmente, à ministra, não a um potencial rival.
Nos bastidores, fala-se que Dilma agiu com Marta da mesma forma como agiu com Guido Mantega. O chefe da Fazenda transformou-se em uma anomalia de ministro aposentado no cargo depois que a presidente declarou, em entrevistas, a inequívoca expressão "novo governo, nova equipe" econômica.
Juca entrou na nova função com tudo. Logo organizou encontro de Dilma com jovens da periferia que integram movimentos culturais. Marta estava de fora.
O curioso é que o PT cobra da ex-prefeita de São Paulo seu engajamento junto a eleitores da capital paulista. Em regiões mais pobres, Marta ainda é bastante popular. E Dilma precisa crescer no Estado para vencer a corrida nacional.
Auxiliares do governo ensaiam uma explicação para o isolamento da ministra. Afirmam que, meses atrás, ela tentou liderar o que o Palácio do Planalto identificou como traição: a volta do ex-presidente Lula como candidato presidencial.
Informada de todos os passos, Dilma não gostou nada da operação, mas engoliu a seco, não passou recibo. Agora, porém, parece dar o troco.
A diferença entre os dois auxiliares presidenciais é que Marta já tem um possível sucessor. Guido, não. Enquanto outubro não chega, não é crime perguntar: haverá mais algum ex-ministro no cargo?
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