Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá

EUA se dividem entre investir na China ou atacar

NYT denuncia antena parabólica chinesa na Argentina como ameaça militar a Washington

Diante do tombo histórico do Facebook, o Bank of America Merrill Lynch soltou nota instruindo os clientes a deixar de aplicar no setor de tecnologia. No título da Reuters, “Vendam Faangs, comprem Brics”.

Faangs é acrônimo para Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google. Brics é Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Como sempre, é a China que importa —o país é “o ponto de entrada ideal”.

Na entrevista de fim de semana do Financial Times, o “lendário” investidor americano Mark Mobius foi por aí, sugerindo aplicar até na Turquia e na Argentina e dizendo, sobre a guerra comercial:

“A China está numa maratona de cem anos para ultrapassar os EUA. Pequim não vai permitir que uma disputa comercial atrapalhe seus planos de longo prazo.”

QUINTAL

Por outro lado, o New York Times publicou longo texto (abaixo, no alto da primeira página) criticando que os “EUA têm dado pouca atenção ao seu quintal nas Américas” e agora a China supostamente fez uma ação que "mina o poder estratégico dos EUA no hemisfério”.

Escrito pelo correspondente no Rio, denuncia uma antena parabólica do programa espacial chinês, na Argentina, como ameaça militar a Washington.

Ouve para tanto um professor do US Army War College, um ex-secretário-assistente de Estado dos EUA, um ex-analista de China no Congresso americano e um porta-voz do Pentágono.

 

TRUMP VS. IMPRENSA

O domingo de Donald Trump contra a imprensa começou com tuíte dizendo ter passado “bastante tempo falando sobre a vastidão de ‘fake news’ na mídia com o publisher do NYT, em reunião muito boa”.

O publisher, A. G. Sulzberger, respondeu em nota que a reunião foi pedida pela Casa Branca e que só aceitou para expressar “preocupação com a retórica anti-imprensa” de Trump, que trouxe “aumento nas ameaças a jornalistas e vai levar a violência”.

O presidente tuitou então que, “ao revelar deliberações internas do governo, a mídia põe vidas de muitos, não só jornalistas, em risco! Muito antipatriótico!”.

E Sulzberger contou em seguida, a um repórter do próprio NYT, que havia relatado a Trump que “os jornais colocaram guardas armados diante dos escritórios devido ao aumento nas ameaças”, mas que ele só “mostrou surpresa” por não terem colocado antes. Também “mostrou orgulho” por ter popularizado a expressão “fake news”.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.