Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

'Trump vence!', mas 'relatório não o exonera de obstrução'

Na imprensa americana, começa autocrítica de dois anos de cobertura da suposta conspiração com a Rússia

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Os enunciados nos principais veículos americanos, para o relatório do promotor especial Robert Mueller, se desdobraram em duas partes.

Nas manchetes tanto do New York Times como do Wall Street Journal, “Mueller não encontra conspiração Trump-Rússia”.

Logo abaixo, no NYT, “Relatório não chega a exonerar Trump de obstrução”. E no WSJ, “Relatório deixa em aberto questões de obstrução”.

O Washington Post fez o mesmo, com outras formulações. Até o Drudge Report, abaixo da manchete “Trump vence!”, acrescentou que “Mueller não exonera” o presidente.

Na televisão, a CNN chegou a avaliar que “ele acaba de ser exonerado”, mas também se fixou depois no enunciado duplo, de que não conspirou com a Rússia, mas ainda não se livrou da obstrução.

Trump surgiu no Twitter e depois ao vivo na TV dizendo ter sido “totalmente exonerado”, “completamente exonerado” —o que, em poucos minutos, o NYT passou a questionar com a chamada “Mr. Trump afirmou falsamente que o relatório o exonerou”.

Ao vivo, Trump proclamou que ‘esta foi uma derrubada ilegal que fracassou’; no final, o apresentador da Fox News reagiu em aprovação: ‘Uau!’ - Reprodução

PIOR DO QUE NO IRAQUE

Começa aos poucos a autocrítica de dois anos de cobertura da suposta conspiração com a Rússia, que se provou falsa.

Brian Stelter, da CNN, e Mike Allen, do Axios, destacaram análise de Matt Taibbi, da Rolling Stone, intitulada “Russiagate é a ADM desta geração”. ADM, WMD no original, se refere à cobertura das supostas armas de destruição em massa no Iraque —que justificou a invasão em 2003, mas se provou falsa.

Para Taibbi, aquele noticiário “prejudicou a reputação da mídia. O Russiagate pode tê-la destruído”.

E ASSANGE? E MANNING?

Sem maior atenção, a defesa de Julian Assange lembrou via Twitter que após dois anos de investigação o WikiLeaks também não foi indiciado por Mueller.

E a defesa de Chelsea Manning tuitou que ela é mantida em solitária, que compara à tortura, por não testemunhar contra Assange.

FASCISTA, ESTÚPIDO, BRUTAL

O NYT entrevistou o filósofo francês Bernard-Henri Lévy sobre suas viagens, que respondeu:

“Eu fui ao Brasil depois da eleição de Bolsonaro, que para mim é um fascista. Fiquei feliz por estar lá com os bravos cidadãos brasileiros que estavam protestando democraticamente e lamentando a eleição de um homem estúpido e brutal.”

#ASEMANADOPRESIDENTE

O sorteio da Tele Sena no SBT terminou chamando para o Programa Silvio Santos, mas entrou Carlos Nascimento e narrou que "no início da semana o presidente Jair Bolsonaro esteve em Washington, no túmulo do soldado desconhecido", como tuitou o jornalista Rick Souza.

Seguiram-se dois minutos de Hino Nacional e a cena acima, reproduzindo telejornal de sexta. Silvio Santos não usou o título de seu quadro célebre, mas a hashtag acima retornou.

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