Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Ameaça de guerra faz da cobertura a primeira vítima

Contra a corrente, WSJ dá chamada para declaração de Trump de que derrubada do drone 'pode não ter sido intencional'

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Acusado de “traição” pelo presidente Donald Trump um dia antes, por outra reportagem, o New York Times abraçou um patriotismo inusual na cobertura da escalada com o Irã.

O enunciado de sua manchete no domingo, sobre a derrubada do drone americano, falava dos EUA como “this country”, este país. E ressaltava ter ouvido de fonte no Departamento de Defesa que “foi em espaço aéreo internacional”, acompanhado de mapa reproduzindo só essa versão.

Via rede social, o chanceler iraniano tentou responder: “À 00h14 um drone dos EUA levantou voo dos Emirados Árabes Unidos e violou o espaço aéreo iraniano. Foi visado às 04h05 nas coordenadas 25°59’43”N 57°02’25”E. Recuperamos partes do drone militar em NOSSAS águas territoriais, onde ele foi derrubado”.

PS 10h - Mais do outro lado, do Irã, aqui.

Contrastando com o NYT, o Wall Street Journal jogou a aparente escalada militar para o décimo destaque na home. E enquanto o NYT recorria à frase de Trump de que os EUA “não aceitarão isso”, o WSJ usava uma outra, também de Trump: “Derrubada pode não ter sido intencional”.

NYT produz mapa com drone em águas internacionais, à esq.; chanceler do Irã tuíta mapa com drone em águas iranianas, no centro; e no WSJ, à dir., mapa procurar reunir as duas versões, americana e iraniana

BRASIL CAÓTICO

O Financial Times segue sem esperança e publicou a longa análise “Investidores vão fugir do Brasil caótico até surgirem sinais de progresso”, novamente com foto de protesto na “greve geral contra o governo”.

Ouvindo financeiras londrinas, informa que os investidores estrangeiros, em “divergência persistente” com os brasileiros, estão “céticos com o programa liberal muitas vezes caótico do novo governo” —enquanto os “locais mantêm a fé”.

Em declaração de analista ressaltada pelo jornal, os investidores brasileiros “são na maioria especuladores, não estão acostumados a investir no longo prazo. De onde virá o investimento produtivo?”. Não do governo, acrescenta.

CAOS E PROGRESSO

Já a nova edição da revista The Economist, em aparente resposta ao também britânico FT, publica que “Congresso assumiu a reforma econômica mais importante” e, “apesar do tumulto, o Brasil começa a consertar seu sistema previdenciário”. Num dos enunciados, “Chaos and Progress”, trocadilho com Ordem e Progresso.

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