Às vésperas da posse de Alberto Fernández, o Financial Times destaca que os “mercados” cobram detalhes, “já que US$ 60 bilhões em dívidas argentinas vencem no próximo ano”. Por mercados, refere-se a um anônimo “detentor de títulos” de Nova York, um credor:
“‘Qual superávit primário e como atingi-lo?’ Sem detalhes, o detentor de títulos diz que haverá pouca confiança na capacidade do governo de cumprir as suas obrigações.”
(Não é o primeiro aviso dos credores via FT. Há um mês, dias após a eleição, o jornal destacou que "Detentores de títulos alertam Argentina para não tornar a dívida 'ininvestível'". Ou ainda, "Uma reestruturação muito dura pode assustar os investidores, diz um credor", talvez o mesmo.)
Por outro lado, o site The Diplomat, de Washington, busca alertar o establishment ocidental que a Argentina agora vai ter “Um último recurso: a China”.
Enfatiza que a aproximação cresceu sob Mauricio Macri —e os dois países têm, desde dezembro, um “programa de swap cambial” equivalente a US$ 19 bilhões, para contornar o dólar e negociar em suas próprias moedas:
“Quanto menos dinheiro o governo Fernández puder emprestar dos mercados, mais o chinês renminbi será internacionalizado na Argentina.”
Aliás, o país “poderá fornecer um campo de teste para o modelo alternativo de desenvolvimento da China, que é muito diferente do ocidental”.
SINAIS SUTIS
No alto da home do Wall Street Journal ao longo do domingo, com foto, “Nicolás Maduro, antes dado como prestes a ser destituído, parece firme no posto”.
Cita a saída de John Bolton da Casa Branca e a corrupção que tirou de Juan Guaidó a imagem de “alternativa honesta”, mas aponta como motivo maior que “a economia em crise na Venezuela mostra sinais sutis de melhora”.
Enfatiza o salto de quase 50% na exportação de petróleo, “apesar das sanções dos EUA” ao setor. Entre os compradores, a China.
BULLYING
Acima, o Saturday Night Live, da NBC, faz piada com Donald Trump sendo desprezado por Justin Trudeau e Emmanuel Macron na cantina do colégio.
O presidente americano tuitou depois que, apesar de sua suposta vitória na Otan, a "Mídia Fake News zomba de mim".
MINGUANTE
Em reportagem que mobilizou nove correspondentes, a agência americana Associated Press, por New York Times, Washington Post e outros, noticiou que a “Influência da América, outrora dominante, está minguando sob Trump”.
No início do texto, “Em entrevistas à AP, diplomatas, autoridades estrangeiras e acadêmicos de vários países descrevem uma ordem global em transformação na qual os EUA têm papel menos central”. Citando europeus e outros países, do Egito às Filipinas, acrescenta:
“Aqueles velhos amigos de Washington? Muitos estão procurando alianças noutros lugares. Muitos olham para a China ou a Rússia.”
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