Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu tiktok

Um russo e um chinês tiram a primazia dos EUA em aplicativos

'As pessoas não querem mais trocar sua privacidade por serviço grátis', diz Pavel Durov, do Telegram, o mais baixado em janeiro

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O fundador do Telegram, o russo Pavel Durov, festejou seis meses atrás a entrada na lista dos aplicativos com mais downloads no mundo. Era o oitavo.

“Obrigado por nos amarem e por falarem aos seus amigos sobre o Telegram”, escreveu Durov, 36, em seu canal no próprio aplicativo de mensagens. “A cada novo usuário, o poder retorna das empresas para as pessoas.”

Pavel Durov no Mobile World Congress, em Barcelona, na Espanha, em 2016 - Reuters

Estava comemorando também que o governo russo, depois de banir —ou tentar banir— o Telegram por dois anos, havia desistido da “proibição ineficaz”, como noticiou a AP.

O aplicativo não saiu mais da lista e em janeiro deste ano, segundo a SensorTower, que levanta os downloads nas lojas da Apple e do Google, ele tomou a ponta.

O que impulsionou o crescimento do Telegram em 2020 foi a pandemia, mas não só. O WhatsApp vinha derrubando contas por motivos diversos, inclusive no Brasil, à direita e à esquerda, levando à busca de uma alternativa tida como mais segura.

No começo de janeiro, o WhatsApp anunciou aos usuários que passaria a compartilhar alguns de seus dados com o Facebook; dias depois, houve a cassação de Trump por Facebook e outras plataformas americanas.

Foi então que disparou o que Durov descreveu, com ironia, como “a maior migração digital da história da humanidade”, acrescentando que 94% dos novos usuários vieram de fora dos EUA.

No tom costumeiro, comentou: “As pessoas não querem mais trocar sua privacidade por serviço grátis, não querem mais ser reféns de monopólios que parecem pensar que podem se safar com qualquer coisa”.

Zhang Yiming, em 2018 - Getty Images

Mas talvez o Telegram não seja a maior história de sucesso —ou de resistência— entre os aplicativos globais.

Ao longo do ano, Donald Trump fez de tudo para banir o TikTok dos EUA ou tirá-lo das mãos do chinês Zhang Yiming, 37. Mas o aplicativo fechou 2020 como aquele com mais downloads no mundo, 987 milhões no ano, e segue no encalço do Telegram em janeiro.

Foi banido na Índia, talvez o principal efeito dos esforços do ex-presidente dos EUA, e agora é um clone indiano do TikTok, o TakaTak, que entra em oitavo na lista.

VACINAS TAMBÉM

Fechando a semana, no alto da home page do New York Times, “As vacinas da China e da Rússia funcionam. Por que não as usamos?”, artigo de dois pesquisadores-ativistas de saúde pública, da Índia e da Malásia.

Escrevem que a solução para a escassez de vacinas, inclusive na Europa, está na China, na Rússia “e logo, talvez, na Índia”. Questionam o veto à produção de Pfizer e Moderna fora dos países ricos —e o fato de estes terem reservado a quase totalidade.

Sobretudo, cobram da Organização Mundial da Saúde a aprovação das vacinas chinesas e russa, que abriram processos antes e foram para o fim da fila.

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