Fechando o domingo, com um quadro de medalhas na home mostrando, pela ordem, China, EUA e Rússia, o New York Times resumiu: "EUA colecionam 10 medalhas, ficando em segundo lugar para a China" (second to China).

Logo abaixo, "Simone Biles e a equipe de ginástica feminina dos EUA tiveram uma largada decepcionante, ficando em segundo lugar para a Rússia na qualificação. E o basquete masculino dos EUA perdeu".

Washington Post e Wall Street Journal, os outros jornais nacionais, tiveram os mesmos destaques, carregando nos adjetivos sobre o desempenho "vacilante" e a derrota "chocante".

Já no sábado, encerrado o primeiro dia, Fox News e CNN haviam optado por manchetes como "Equipe dos EUA tem seu pior início para Olimpíadas em décadas" e "EUA não conseguem ganhar medalhas no primeiro dia dos Jogos pela primeira vez em quase 50 anos".

Mas o que chamou a atenção foi a manchete no site da CNN, quando saiu a primeira medalha de ouro das Olimpíadas, "Ouro para a China... e mais casos de Covid-19" (reprodução acima), juntando o feito chinês com a infecção nos Jogos de maneira geral.

Na China, por outro lado, a cobertura cada vez mais nacionalista, em veículos com Global Times e Guancha (reprodução abaixo), trocou a visita de Xi Jinping ao Tibet pelo amontoar de medalhas de ouro do primeiro fim de semana.

A primeira, no sábado, da jovem Yang Qian, espalhou sua imagem por toda parte e trouxe, na submanchete do Guancha, por exemplo, os cumprimentos da vice-primeira-ministra Sun Chunlan —em esforço, talvez, para mostrar que Pequim é capaz de diversidade.

Na Rússia, da mesma forma, o site do Argumenty i Fakty dava manchete para o salto das medalhas no segundo dia e, logo abaixo, os cumprimentos do presidente Vladimir Putin para a atiradora Vitalina Batsarashkina, "primeiro ouro da Federação Russa em Tóquio".