Fechando a semana, o CEO da americana Nike, John Donahoe, deu rara entrevista ao canal financeiro CNBC, para reafirmar que irá "continuar a investir na China" apesar da pressão do governo Joe Biden.
"A China é um mercado muito importante para nós. Nós temos uma história na China. Phil Knight, nosso fundador, esteve lá há 40 anos, começando a construção do que é hoje uma incrível conexão com os consumidores chineses. Nós temos sete mil lojas na China. Somos a marca número um há uma década."
Aí vem a CBF no dia seguinte e, na entrega de medalhas no futebol, some com o patrocinador chinês do COB, Peak, para dar destaque ao patrocinador da própria CBF, a Nike brasileira.
A Peak reagiu na plataforma Weibo, chamando a ação de "lamentável" e "ilegal" (acima). Em suma, "a Peak protegerá os direitos e interesses da marca por meios legais, tenha certeza".
Foi para o alto do Guancha —e outros nacionalistas chineses, em chinês— com a chamada "Futebol brasileiro ganhou e se recusou a usar as roupas premiadas patrocinadas por empresa chinesa?".
Ato contínuo, o COB anunciou uma ação contra a CBF, o que a agência americana Associated Press, por USA Today e outros, noticiou sublinhando a reação de outros campeões olímpicos, que criticam a CBF e os próprios jogadores. De uma nadadora:
"O que o time de futebol fez não foi bom para a imagem do Brasil. É o Comitê Olímpico Brasileiro que será punido, não a Confederação Brasileira de Futebol."
EMPRESAS AMERICANAS QUEREM CHINA
A Nike não está sozinha na resistência às pressões de Washington contra o mercado chinês. Na manchete do Wall Street Journal, fechando a semana, "Grupos empresariais apelam a Biden que retome negociações comerciais com a China".
Abrindo o texto, "Três dezenas dos grupos mais influentes dos EUA —representando varejistas, fabricantes de chips, fazendeiros e outros— estão pedindo ao governo Biden que corte as tarifas de importação da China, dizendo que elas estão travando a economia dos EUA".
NA FRENTE A TODO CUSTO
Na home page do New York Times ao longo do domingo, "EUA conquistaram ouro no basquete e no vôlei, ultrapassando a China na corrida por medalhas".
O jornal produziu o quadro acima, para deixar claro. Mas até então o quadro que destacava —a exemplo de NBC, WSJ e demais americanos— era outro, somando todas as medalhas e mantendo os EUA na frente mesmo quando a China liderava.
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