Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu Tóquio 2020

Nike não quer perder a China, mas futebol brasileiro atrapalha

CBF esconde chinesa Peak, patrocinadora do COB, e destaca americana; no Weibo, Peak anuncia reação 'por meios legais'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Fechando a semana, o CEO da americana Nike, John Donahoe, deu rara entrevista ao canal financeiro CNBC, para reafirmar que irá "continuar a investir na China" apesar da pressão do governo Joe Biden.

"A China é um mercado muito importante para nós. Nós temos uma história na China. Phil Knight, nosso fundador, esteve lá há 40 anos, começando a construção do que é hoje uma incrível conexão com os consumidores chineses. Nós temos sete mil lojas na China. Somos a marca número um há uma década."

Aí vem a CBF no dia seguinte e, na entrega de medalhas no futebol, some com o patrocinador chinês do COB, Peak, para dar destaque ao patrocinador da própria CBF, a Nike brasileira.

A Peak reagiu na plataforma Weibo, chamando a ação de "lamentável" e "ilegal" (acima). Em suma, "a Peak protegerá os direitos e interesses da marca por meios legais, tenha certeza".

Foi para o alto do Guancha —e outros nacionalistas chineses, em chinês— com a chamada "Futebol brasileiro ganhou e se recusou a usar as roupas premiadas patrocinadas por empresa chinesa?".

Ato contínuo, o COB anunciou uma ação contra a CBF, o que a agência americana Associated Press, por USA Today e outros, noticiou sublinhando a reação de outros campeões olímpicos, que criticam a CBF e os próprios jogadores. De uma nadadora:

"O que o time de futebol fez não foi bom para a imagem do Brasil. É o Comitê Olímpico Brasileiro que será punido, não a Confederação Brasileira de Futebol."

EMPRESAS AMERICANAS QUEREM CHINA

A Nike não está sozinha na resistência às pressões de Washington contra o mercado chinês. Na manchete do Wall Street Journal, fechando a semana, "Grupos empresariais apelam a Biden que retome negociações comerciais com a China".

Abrindo o texto, "Três dezenas dos grupos mais influentes dos EUA —representando varejistas, fabricantes de chips, fazendeiros e outros— estão pedindo ao governo Biden que corte as tarifas de importação da China, dizendo que elas estão travando a economia dos EUA".

NA FRENTE A TODO CUSTO

Na home page do New York Times ao longo do domingo, "EUA conquistaram ouro no basquete e no vôlei, ultrapassando a China na corrida por medalhas".

O jornal produziu o quadro acima, para deixar claro. Mas até então o quadro que destacava —a exemplo de NBC, WSJ e demais americanos— era outro, somando todas as medalhas e mantendo os EUA na frente mesmo quando a China liderava.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.