Em mídia social, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse "profundamente chocado com as imagens de Butcha", mas enfatizou que "é essencial que uma investigação independente leve a uma responsabilização efetiva".
Já Emmanuel Macron tuitou que "as imagens são insuportáveis" e "as autoridades russas terão que responder por esses crimes".
Uma explicação para a divergência é que o francês, a uma semana do primeiro turno, vê Marine Le Pen se aproximar, como destacou no sábado a pesquisa do Le Parisien. Do jornal, abrindo o texto:
"O 'efeito Ucrânia' acabou. Macron, que até recentemente se beneficiava dos temores, devido ao conflito desencadeado pela Rússia, se enfraqueceu seriamente em nosso barômetro Ipsos-Sopra."
No domingo, o Le Monde, que não esconde ter lado, ressaltou a análise "Como Le Pen foi esquecida sobre a guerra", afirmando que ela "poderia ter sido varrida por suas posições pró-Putin, mas conseguiu evitar as críticas".
Não está sozinha, na Europa. Na noite de domingo, como adiantava a home do New York Times, "Eleições na Hungria e na Sérvia apontam para a extensão dos governos dos dois líderes europeus mais amigos do Kremlin". Pouco depois, eram noticiadas as vitórias projetadas de Viktor Orbán e Aleksandar Vucic.
RAÍZES PROFUNDAS
Antecipando seu livro "A Era do Homem-Forte", o colunista Gideon Rachman escreveu no Financial Times sobre "O que a guerra na Ucrânia significa para a era do autocrata". Concentrando-se em Putin, Orbán, Erdogan, MBS, Bolsonaro, Modi, Xi e Trump, afirmou:
"É possível que a catástrofe da Ucrânia desacredite o homem-forte. Mas essas esperanças devem ser balanceadas pela consciência de que este é um movimento que criou raízes profundas."
Acima, a ilustração do Times de Londres para sua resenha elogiosa.
LEGADO DAS INTERVENÇÕES MILITARES
Também no FT, um extenso relato dos correspondentes em Nova Déli, Riad e Joanesburgo sublinhou:
"A Ucrânia venceu a guerra da informação nos países ocidentais. Sua mensagem é amplificada pelos governos e pela mídia ocidentais. Mas em países da África e da Ásia que lutaram com o legado do colonialismo ocidental e das intervenções militares, como a invasão do Iraque liderada pelos EUA em 2003, a visão é dividida."
Eles não "confiam no Ocidente".
RÚSSIA & ÍNDIA
Em manchete no Jagran (acima) e outros indianos no final de semana, o primeiro-ministro Narendra Modi se encontrou com o chanceler russo, Serguei Lavrov, e "sinalizou aos países ocidentais: a Índia vai decidir de acordo com seus interesses".
Foi após uma semana de pressão dos EUA, contra o comércio com a Rússia, sobretudo a compra de petróleo, reafirmada em seguida pela ministra indiana de energia à CNBC.
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