O presidente brasileiro conseguiu a atenção dos sites dos tabloides londrinos, com os direitistas The Sun (abaixo) e Mail noticiando a sua presença na cidade, junto com outros da mesma faixa, "controversos", como o saudita Mohammed bin Salman —este fazendo suspense sobre ir ou não ao funeral de Elizabeth 2ª.

No enunciado do Sun, "Homens-fortes desembarcam para o funeral da rainha, e governante populista do Brasil fala para multidão". Ambos reproduziram diversos vídeos de Bolsonaro em Londres. Abrindo seu texto, o Mail anota que o discurso visou "ganhar pontos antes das eleições no país sul-americano".

Jornais de prestígio como o conservador Telegraph fizeram registros formais e até respeitosos. Mas o comício na sacada recebeu atenção também do liberal The Guardian, com chamada na home, sem foto, "Bolsonaro usa visita para funeral da rainha como ‘palanque eleitoral’", vertendo expressão da deputada Joice Hasselmann.

Além de reportar o discurso do "presidente de extrema-direita", o jornal informa que "amigos e parentes do jornalista britânico Dom Phillips, assassinado na Amazônia, também se reuniram [diante da embaixada] para expressar sua indignação com a presença de Bolsonaro. O pequeno grupo teve que ser protegido pela polícia".

O Guardian anota que Lula criticou a ação de Bolsonaro, dizendo que ele estaria atrás de "boa imagem" no exterior. E que o deputado Eduardo Bolsonaro, em Londres com o pai, questionou a cobertura do próprio jornal em mídia social.

Entre as agências de notícias, a Reuters despachou que "Bolsonaro atrai atenção por discurso de campanha agressivo antes do funeral da rainha". Na americana Associated Press, mais direta, "Bolsonaro busca votos antes do funeral da rainha".