Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Índia deixa para trás o Reino Unido, cuja economia já causa 'alarme'

Com 'instabilidade política, disrupções no comércio, inflação disparada', ex-colonizador vira 'emergente' e vai 'depender da bondade de estranhos' para se financiar, sob Liz Truss

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Em destaque no fim de semana da Bloomberg, com reprodução por indianos como Business Standard, "Reino Unido fica atrás da Índia e se torna sexta maior economia". Logo abaixo, "Ex-colônia britânica à frente do Reino Unido".

Em mídia social, analistas como Anshul Saxena e outros, inclusive americanos (acima), trataram de corrigir os dois enunciados, para "Índia passa Reino Unido e se torna quinta maior economia do mundo" e "Índia à frente do ex-colonizador".

O chinês Hu Xijin acrescentou que "a Índia continuará a colonizar e 'indianizar' o Reino Unido" e "um dia o inglês com sotaque indiano se tornará o inglês padrão no mundo. Vá em frente, Índia!".

A Bloomberg deu primazia ao Reino Unido na notícia, como seu texto deixa claro, porque "o declínio britânico nos rankings internacionais é um pano de fundo indesejado para o novo primeiro-ministro", que sai finalmente nesta segunda-feira (5).

A favorita é Liz Truss, que vem sendo questionada por "aliados" anônimos via New York Times, Financial Times e outros. "Diplomatas dizem que as relações podem ficar turbulentas com os EUA e, mais ainda, com a Europa", publicou o primeiro.

Em discurso em julho, Boris Johnson aconselhou a quem o suceder: "Fique perto dos americanos". Mas Truss "não mostra reverência pela ‘relação especial’ entre" os dois, citando outros "aliados importantes", em particular os países bálticos.

Também se esperam turbulências com a China. Segundo o Times de Londres, Truss prometeu declarar o gigante asiático, terceiro maior parceiro comercial britânico, atrás dos EUA e da União Europeia, uma "ameaça" ao seu país.

O Global Times, ligado ao PC chinês, publicou análise defendendo "pragmatismo" do novo governo nas relações bilaterais, argumentando que a "cooperação com Pequim oferece a Londres uma saída" para os seus problemas atuais.

Como destacou a CNBC semanas atrás, o banco central britânico avisou que a economia entraria em outubro na sua mais longa recessão, desde a crise de 2008; e um banco financeiro avaliou que ele está "cada vez se parecendo mais com um mercado emergente", listando "instabilidade política, disrupções no comércio, crise de energia e inflação disparada".

A Bloomberg publicou no fim de semana reportagens como "Até apoiadores de Truss temem que seus planos causem estragos" e "Plano de Truss para turbinar economia já alarma mercados", pela queda de arrecadação. O Bank of America avisou em nota que, sob Truss, o país vai "depender da bondade de estranhos" para se financiar.

LIVRE DA BAGAGEM

Com extensa cobertura nacional, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, lançou a nova bandeira da Marinha, sem a "cruz colonial" britânica. "Um passo histórico que livrará nossa nação da bagagem colonial", publicou ele em mídia social.

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