Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Mídia chinesa já projeta Brasil de Lula na Iniciativa Cinturão e Rota

Xi Jinping quer levar relações com o presidente eleito 'a um novo nível', destacam portais chineses e Financial Times

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Agência Xinhua, portais e Financial Times, entre outros, noticiam a oferta a Lula feita por Xi Jinping, também a caminho de terceiro mandato, de levar as relações bilaterais "a novo nível", na expressão usada pelo porta-voz da chancelaria, Zhao Lijian.

Na Xinhua, "Xi disse que atribui grande importância ao desenvolvimento das relações China-Brasil e está pronto para trabalhar com Lula para planejar e elevar conjuntamente a parceria estratégica abrangente a um nível mais alto".

No editorial do Global Times, 'Parabéns a Lula, ansiando pelo desenvolvimento dos laços China-Brasil' - Reprodução

O financeiro 21 Shiji Jingji Baodao, ligado ao Nanfang, um dos mais dinâmicos jornais do PC, perguntou a analistas chineses "qual é a perspectiva da economia brasileira e das relações China-Brasil", agora.

Citando Zhou Zhiwei, Bu Shaohua e Sun Yanfeng, especialistas de América Latina em think tanks de Pequim, arrisca que em comércio "o Brasil irá explorar ainda mais o mercado potencial global, especialmente o mercado da Ásia-Pacífico".

"Todos os especialistas entrevistados acreditam que, durante o mandato de Lula, o Brasil tem mais chances de aderir à Iniciativa Cinturão e Rota", acrescenta, sobre o programa de infraestrutura.

"Com base nas vantagens da China em tecnologia e capital, bem como nas vantagens e necessidades de recursos próprios do Brasil, espera-se que os dois países realizem uma cooperação mais profunda em infraestrutura e novas energias", disse Bu.

O Global Times, ligado ao Renmin Ribao ou Diário do Povo, órgão oficial do partido, foi pela mesma linha, ouvindo de Zhou que o Brasil "poderá buscar participar da Iniciativa sob Lula". Sublinha que a Argentina anunciou neste ano sua entrada no programa.

Em editorial (imagem acima), o jornal detalha a visão de Pequim:

"A complementaridade entre os dois países testemunha um crescimento notável, tornando-se o lastro dos laços bilaterais. O aprofundamento das relações China-Brasil segue a tendência e tem grande força motriz interna. Não será facilmente alterado. Embora tenha havido alguns ruídos sob Bolsonaro, o comércio atingiu o recorde de US$ 164 bilhões em 2021, apesar da pandemia. Nos últimos anos, Washington foi ao extremo para espremer os fatores desarmônicos nas relações China-Brasil e amplificá-los, mas, como todos veem, não houve o efeito desejado.

"As trocas entre China e Brasil nunca foram demarcadas pela ideologia. Não importa quem esteja no poder, gostaríamos de ver a estabilidade e o desenvolvimento da sociedade brasileira. Enquanto isso, como ambos são importantes emergentes, compartilham amplos interesses e responsabilidades. Lula escreveu no plano de governo: defendemos trabalhar pela construção de uma nova ordem global comprometida com o multilateralismo, o respeito à soberania das nações, a paz, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental, que considere as necessidades dos países em desenvolvimento. O plano pode encontrar muitos pontos em comum com a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global que a China propôs."

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