A confirmação da visita de estado de Lula foi noticiada do Jornal Nacional chinês, Xinwen Lianbo, da CCTV, ao Diário da Juventude da China, no final de semana. Com atenção para o anúncio, pelo ministério do exterior, de que vai "abrir uma nova era".
Por portais como Guancha e 163, repercutiu depois a informação, do Itamaraty, de que serão 240 empresários na comitiva, além de ministros, governadores e parlamentares. "Uma delegação enorme", diz o Guancha, para abordar desde os semicondutores até a paz.
O Global Times ou Huanqiu, salientando que a visita busca "intensificar os laços econômicos em meio à turbulência global", ouviu de Pan Deng, da Universidade Chinesa de Ciência Política e Direito, que "a visita vem num momento crítico na era pós-pandêmica".
Descrevendo Lula como "um velho amigo da China", Pan avalia que os dois países "concordam sobre os benefícios da tecnologia para o desenvolvimento nacional e haverá muita cooperação, notadamente em aplicações de internet, aviação civil e novas energias".
A agência Xinhua cobriu no sábado o Fórum de Alto Nível sobre Cooperação Econômica China-Brasil na Nova Era, em Pequim, em que foram feitas propostas por acadêmicos e administradores chineses, de comércio eletrônico a "cooperação prática em indústrias-chave".
O Renmin Ribao ou Diário do Povo, com Xinhua, ressaltou outro fórum, em Brasília, Modernização Chinesa e as Novas Oportunidades nas Relações, em que um representante brasileiro teria dito que "a modernização chinesa pode ser usada como referência para o Brasil".
O modelo de modernização da China foi oferecido pelo líder Xi Jinping e pelo chanceler Qin Gang, ao longo do último mês, como publicaram South China Morning Post e outros, como um "caminho" alternativo ou "fonte de inspiração" para os países em desenvolvimento.
A versão impressa do Renmin Ribao, que é o maior jornal do país, do Partido Comunista, também deu atenção inusitada no final de semana para pautas como "a primeira escola pública do Brasil com ensino em três idiomas: português, chinês e inglês" (imagem acima).
Ela foi criada há oito anos em Niterói e tem hoje 360 alunos de ensino médio, em período integral. Segundo um representante da secretaria estadual de Educação, "a maioria vem de comunidades pobres próximas, eles obtiveram sucesso na escola, e alguns podem ir para a China estudar, o que é um incentivo importante".
O jornal destaca um deles, Guilherme Santos, que depois de se formar foi para a Universidade de Hebei.
A EXCEÇÃO CHINESA E OS EMERGENTES
Sob o título "Por que a carnificina de bancos no Ocidente pode aumentar a atração da China" (acima), a Bloomberg ressalta nota do grupo financeiro japonês Nomura, afirmando aos clientes que "a instabilidade está alimentando a aversão ao risco de crédito globalmente e ampliando a probabilidade de recessão em muitas economias, com uma notável exceção: a China".
Para o Nomura, "é muito provável que a China seja um importante polo de crescimento para os mercados emergentes neste ano".
Também na Bloomberg, sobre fevereiro, "Importações da China tem maior crescimento em um ano, em meio a sinais de recuperação". No texto, "o país comprou 11,5% a mais de minério de ferro, enquanto as importações agrícolas, como carne e soja, dispararam 27,3%".
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