Dias após encontro entre Joe Biden e Olaf Scholz, o New York Times e a rede estatal alemã ARD, esta junto com o Die Zeit, soltaram relatos sugerindo envolvimento ucraniano —e não americano— na explosão dos gasodutos Nordstream, que levavam gás russo à Alemanha.
No enunciado do NYT, "Inteligência sugere que grupo pró-ucraniano sabotou oleodutos, dizem autoridades dos EUA", acrescentando que "todas elas falaram sob condição de anonimato" e afirmaram que "nenhum cidadão americano ou britânico se envolveu".
No enunciado do telejornal Tagesschau, da ARD, "Traços levam à Ucrânia", citando "autoridades alemãs" também anônimas. O ataque teria usado "um iate alugado de uma empresa sediada na Polônia, aparentemente propriedade de dois ucranianos". E "logo após a destruição um serviço secreto teria enviado aos parceiros europeus" a informação de que "um comando ucraniano foi o responsável".
Via Twitter e Telegram, os governos ucraniano e russo questionaram os relatos, com o segundo dizendo que estão tentando tirar a atenção de reportagem sobre o envolvimento dos EUA.
Em seu texto, o NYT citou pela primeira vez a reportagem que apontou o governo americano por trás do ataque, veiculada em 8 de fevereiro:
"O jornalista investigativo Seymour Hersh publicou artigo na plataforma Substack concluindo que os EUA realizaram a operação sob a direção de Biden. Autoridades dos EUA dizem que Biden e seus principais assessores não autorizaram uma missão para destruir os gasodutos e que não houve envolvimento dos EUA."
Logo após sair o relato no NYT, o jornal russo Izvestia informou Hersh por telefone e descreve que ele riu:
"O quê? Isso não pode ser verdade. Eles não podem ser tão estúpidos, ou podem? Deixe-me dar uma olhada nesse artigo... Oh, meu Deus! 'Serviços especiais sugerem', 'pró-ucraniano'! Meu Deus."
O jornalista americano afirmou que publica na próxima semana uma segunda reportagem sobre a explosão do Nordstream.
Ex-repórter do próprio NYT, entre outros veículos, ele é conhecido por revelações como o massacre de My Lai, no Vietnã, e a tortura de prisioneiros em Abu Ghraib, no Iraque, entre outras ações de forças de seu país pelo mundo.
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