A cobertura americana voltou a dar atenção ao país com a saída do ex-presidente dos EUA. No título do New York Times, "Bolsonaro retorna ao Brasil, encerrando exílio auto-imposto", mais o subtítulo "Ex-presidente voltou para um cenário político tenso no qual está sendo investigado por espalhar desinformação eleitoral e por inspirar o ataque de 8 de janeiro na capital".

No Washington Post, "Bolsonaro chega em casa —e encara um futuro incerto", mais "Ex-presidente enfrenta uma longa lista de investigações relacionadas ao seu mandato". No Wall Street Journal, "Bolsonaro retorna do exílio na Flórida", acrescentando que o "político popular" está voltando "para multidões de apoiadores em adoração e para dezenas de investigações criminais".

A CNN não viu multidões, salientando que "Bolsonaro é recebido por pequeno grupo de apoiadores no retorno ao Brasil pela primeira vez desde os tumultos" de 8 de janeiro, com a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo.

Nos Estados Unidos, a saída de Bolsonaro do país coincide com a cobertura desalentada da nova Cúpula pela Democracia de Joe Biden. No relato do NYT, o evento "começa em meio a crises em vários países aliados" americanos.

Por exemplo, com foto de 8 de janeiro, "o Brasil, onde a derrota do autocrático Bolsonaro foi seguida por uma rebelião orquestrada por seus apoiadores contra prédios de governo em Brasília". Biden condenou então "o assalto à democracia".

Vice da organização Americas Society/Council of the Americas, mantida por empresas americanas com interesse na região, Brian Winter reportou visita ao Palácio do Planalto, concluindo que Lula "e seus aliados estão agindo como se vissem ameaças existenciais em toda parte. Eles não estão errados":

"Pode haver pouco risco de golpe amanhã, mas acreditar que a página foi virada magicamente com Bolsonaro fora do cargo parece ingênuo. Lula está certo em se preocupar com o que está por vir: em todo o mundo, vemos países onde a democracia está sob coação, o crescimento é difícil e sociedades polarizadas querem mais do que seus líderes podem entregar."