Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Twitter rotula BBC e VOA como 'mídia financiada por governo'

Segundo a Bloomberg, Elon Musk, CEO da plataforma e da Tesla, viajou para a China, cujas contas já são etiquetadas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Twitter adotou uma nova etiqueta para designar veículos ocidentais como a britânica BBC (British Broadcasting Corporation, imagem abaixo) e as americanas VOA (Voice of America) e NPR (National Public Radio): "mídia financiada por governo".

Veículos semelhantes, como a alemã Deutsche Welle, a francesa RFI e a qatari Al Jazeera, ainda não foram marcadas com a nova expressão.

"Estamos conversando com o Twitter para resolver esse problema o mais rápido possível", afirmou um porta-voz da BBC, dizendo ser "independente". Elon Musk, CEO do Twitter, deu alguma esperança:

"Não acho que seja tão tendenciosa como outras mídias financiadas por governo, mas é tolice da BBC reivindicar influência zero. Influência governamental menor, no caso, seria mais preciso."

Reprodução

Até então, as contas de BBC, VOA e NPR não traziam rótulos, política adotada na gestão anterior da plataforma e que se concentrou em veículos como o chinês Global Times e a russa RT, designados como "mídia afiliada a Estado".

Também seus jornalistas, caso do chinês Hu Xijin. Jornalistas de BBC, VOA e NPR não foram etiquetados com a nova expressão.

TWITTER, TESLA E A CHINA

A troca, que começou pela NPR, coincide com a publicação por um jornalista da VOA, Wenhao Ma, de supostos indícios de que o Twitter teria removido os redutores de compartilhamento e recomendação das contas chinesas rotuladas anteriormente pela plataforma.

E coincide com a notícia da Bloomberg de que Musk, também CEO da Tesla, chegaria neste fim de semana à China, devendo visitar a fábrica da montadora em Xangai. A Reuters havia adiantado seu pedido de encontrar o primeiro-ministro Li Qiang.

A agência Xinhua acrescentou depois que "a montadora americana Tesla anunciou no domingo que construirá uma nova megafábrica em Xangai, que será dedicada ao Megapack, de armazenamento de energia". O produto será vendido "em todo o mundo".

Musk publicou mensagem no Twitter, em aparente referência à escalada EUA-China, "A amizade dá trabalho, a inimizade é fácil":

CONGRESSO VS. APPLE

Dias depois de Tim Cook se encontrar com o primeiro-ministro chinês e declarar que a Apple tem uma relação "simbiótica" com o país, um grupo de parlamentares americanos foi à Califórnia e almoçou com ele.

No título da Bloomberg, "Apple está no coração da dissociação EUA-China, diz Mike Gallagher", que preside a recém-criada Comissão sobre a Competição Estratégica entre os EUA e o Partido Comunista Chinês.

"As empresas que têm presença maciça na China terão que lidar com o fato de que alguma forma de dissociação econômica é inevitável", disse o republicano, que encabeçou comitiva também com democratas.

ANUNCIANTES & TIKTOK

No Financial Times, "Anunciantes aumentam gastos com TikTok apesar da ameaça de proibição nos EUA". A publicidade na plataforma chinesa saltou 11% em março, com Pepsi, Amazon e Apple entre os maiores investidores, segundo a Sensor Tower. Do FT:

"As marcas planejam seguir gastando no TikTok, de propriedade da ByteDance, de Pequim, e as principais agências, inclusive WPP e Omnicom, evitam aconselhar seus clientes a reduzir investimentos, de acordo com vários executivos de publicidade."

E as primeiras vozes nos EUA, caso de Fareed Zakaria, de Washington Post e CNN, já questionam: "Quando leio a legislação proposta, que permitiria ao governo proibir o TikTok, vejo uma lei orwelliana, que deveria causar arrepios na espinha de todos os americanos".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.