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Descrição de chapéu atletismo

Maratonista brasileiro no Guinness quer cruzar Américas correndo

Após uma maratona por dia em 366 dias, Hugo Farias pretende agora correr 100 km diários

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O ex-executivo do setor de tecnologia Hugo Farias, 44 anos, teve sucesso em nova etapa de seu "business plan" de se lançar na carreira de, digamos, "inspirador". No começo deste mês de junho, o "Guinness", que compila recordes diversos pelo mundo, concedeu-lhe o registro de pessoa que mais correu 42 km, a distância equivalente a uma prova de maratona, consecutivamente.

Foram 366 vezes, em 366 dias seguidos, pelas ruas de Americana, na região de Campinas, onde Farias mora, entre agosto de 2022 e agosto de 2023. O percurso era sempre o mesmo. O blog Na Corrida, desta Folha, registrou o desafio, antes ainda de sua conclusão.

Há pessoas que ultrapassaram essa marca, mas não se importaram em ter seu nome inscrito no "livro dos recordes". Antes de iniciar sua primeira maratona individual, Farias, diferentemente, já sabia quais eram as exigências do "Guinness" e como deveria fazer para ter sua futura marca reconhecida. Não era exatamente como inscrever um projeto cultural na Lei Rouanet, mas havia suas dificuldades.

"Era preciso correr com dois relógios, ter testemunhas do feito, apresentar algumas publicações na imprensa", enumerou, em entrevista a este colunista. "E eles não aceitavam os registros do [app] Strava."

Corredor com blusa azul e óculos escuros é seguido por ciclistas
Hugo Farias durante maratona em Americana (SP) - 3.dez.22/Divulgação

Um planejamento de ingresso nessa carreira para, como diz, "inspirar pessoas a fazer coisas não usuais" foi diligentemente esquadrinhado. Havia o livro "Projeto Propósito – Nunca é tarde para escrever uma nova história", hoje já publicado; a entrada no circuito de palestras para empresas; e a montagem de desafios em série, cada vez mais exigentes.

O próximo, como revelou, é cruzar o continente americano do Alasca a Ushuaia, desta vez com um cinegrafista. Ele calcula que a dieta diária de quilômetros irá aumentar para uns 100 km.

Dentre tantos desafios, Farias escolheu justamente a maratona para ressetar sua carreira pelo imaginário que essa prova carrega, como se fosse a mais dura das provas atléticas. Como consigna o dicionário Michaelis: "Qualquer competição de qualquer esporte que exija energia e determinação".

Ele só havia corrido uma única maratona na vida e tinha uma inscrição para o meio Ironman de São Paulo, prova de que acabou não participando.

Farias, que contraiu uma pubalgia durante sua sequência de maratonas, disse que, caso precisasse reviver seu primeiro grande desafio, faria poucas coisas diferentes. Uma delas seria "estudar melhor o mercado".

Ele não contou com patrocínios e precisou investir recursos pessoais no projeto. Flopou até mesmo a tentativa de sensibilizar marcas esportivas, que poderiam eventualmente ter interesse em seu desafio até para conhecimento de resistência de seus produtos. Ele reconhece que "não tinha uma carreira esportiva prévia", o que dificultava as coisas.

Ainda dificulta um pouco, na medida em que concorre no mercado de palestras justamente com "coachs" da área esportiva e seu eterno discurso de superação.

Curiosamente, o primeiro livro do ultramaratonista Carlos Dias, bom amigo deste colunista, e que passa a vida a colocar de pé desafios atléticos autoimpingidos, está no prelo e terá lançamento no fim do mês em São Paulo.

Mas isso é assunto para outra coluna.

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