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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Militar abriu empresa de intermediação na véspera de reunião de suposta propina de US$ 1 por dose

Marcelo Blanco abriu empresa que tem como atividade a representação comercial de medicamentos

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Na véspera do jantar em que um representante do Ministério da Saúde teria pedido propina a um vendedor de vacinas, um dos presentes no encontro, o coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa, abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos.

Nesta quarta-feira (30), a CPI da Covid no Senado aprovou requerimento de convocação de Blanco.

O empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse à Folha que Blanco estava no encontro no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em 25 de fevereiro.

Segundo ele, na ocasião, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias pediu a propina de US$ 1 dólar por dose para que as negociações de compra da vacina avançassem.

Blanco era assessor no departamento de logística do ministério na gestão de Dias.

O diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias
O diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias - Marcello Casal Jr.-29.jun.2021/Agência Brasil

Em 22 de fevereiro, três dias antes, Blanco abriu a empresa Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, em Brasília.

Entre as atividades econômicas da empresa apresentadas à Receita Federal estão as de representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria e também de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares.

Outras atividades declaradas da empresa são serviços combinados de escritório e apoio administrativo, atividades de consultoria em gestão empresarial e atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários.

Ficha da empresa do coronel Marcelo Blanco na Receita Federal
Ficha da empresa do coronel Marcelo Blanco na Receita Federal - Reprodução/Receita Federal

Dominguetti disse à Folha que, durante a conversa, Blanco, Dias e um empresário estavam com uma agenda em que anotavam fazendo cálculos. "Só sei que eles ficavam com uma agenda anotando, fazendo cálculos, eu olhando aquilo e falei gente do céu, onde eu fui me enfiar?", disse.

O empresário disse que, em determinado momento, Blanco foi embora do encontro.

“Eu lembro da data porque o Blanco foi embora, aí ele [Dias] falou: 'Vamos dar uma esticada na noite'. Eu falei não, não vou não, eu tenho que ir embora, vou ver o jogo do São Paulo, que tava jogando. E eu querendo ir embora, né? O Roberto e esse empresário, e eu falei não, não vou não, eu tô com um compromisso e fui embora”, disse.

O Painel tentou contato com Blanco no número de telefone informado à Receita, mas não houve resposta.

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