Apesar das duras críticas disparadas por policiais federais, ministros da cúpula do governo afirmam que é inegociável o reajuste de 5% que será dado à categoria por falta de espaço fiscal.

O presidente bateu martelo nesta semana de que dará um aumento linear para todos os servidores públicos nessa faixa.

Policiais federais, porém, parte relevante do eleitorado de Jair Bolsonaro (PL), esperavam um reajuste de até 30% e prometem continuar brigando por isso. Auxiliares diretos do presidente afirmam não haver espaço fiscal.

A partir da semana que vem, as diversas carreiras da PF se reunirão em assembleias para definir instrumentos de pressão.

Há quem defenda pedir a renúncia do ministro Anderson Torres (Justiça) e, apesar de ser proibido, não descartam algum tipo de paralisação.

Caso não tenham sucesso na negociação via Executivo, policiais pretendem pressionar os parlamentares a alterar a proposta.

Para formalizar o reajuste, Bolsonaro enviará uma MP (Medida Provisória) ou um projeto de lei ao Congresso.

Na manhã desta quinta (14), a associação dos delegados da Polícia Federal divulgou nota na qual afirma que a escolha pelo aumento linear significa o não cumprimento pelo governo federal do compromisso firmado por Jair Bolsonaro de promover a reestruturação das forças policiais federais.

"Se a informação se confirmar, haverá uma quebra desleal do compromisso que será sentida ainda mais depois das diversas perdas sofridas pelos policiais federais durante este governo, que sempre teve entre suas bandeiras a segurança pública", afirmam os delegados federais.

A ideia era que a recomposição fosse atrelada à reestruturação das quatro classes que compõem a Polícia Federal, inclusive elevando o tempo de carreira delas.