Generais afirmam que a menção do comandante do Exército, Freire Gomes, a Duque de Caxias, o Pacificador, durante a cerimônia do Dia do Soldado, pode ser dúbia e admite duas interpretações.
"Soldado brasileiro! Se, em algum momento, verdades transfiguradas, notícias infundadas e tendenciosas ou narrativas manipuladas tentarem manchar nossa honra, na vã esperança de desacreditar a grandeza de nossa nobre missão, lembrem-se de que a calúnia jamais maculou a glória de Caxias", disse.
"O bravo guerreiro demonstrou que seu coração de pacificador era ainda maior que a formidável têmpera de sua espada invencível", completou.
Oficiais avaliam que ao falar sobre "notícias infundadas" e "narrativas manipuladas" ele passa a mensagem de que o apoio das Forças Armadas a um eventual golpe não passa de especulação.
Mas, ao mencionar Duque de Caxias, pode ter deixado o recado de que as Forças Armadas podem intervir, sim, para manter uma unidade nacional. Embora tenha o título de o Pacificador, conquistou-o ao debelar diretamente pelo uso da força rebeliões e tentativas de emancipação. Poderia estar indicando, portanto, que o Exército pode agir caso julgue necessário.
Na avaliação de um fardado, Freire Gomes dá o recado de que o Exército prefere não ser envolvido nessas notícias, mas deixa a porta aberta para uma atuação mais ostensiva caso alguém "avance o sinal".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.