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Ciro Nogueira diz que eleição de SP será embrião de 2026 e quer aliança contra Boulos

Ex-ministro de Bolsonaro afirma que vitória do deputado do PSOL levaria à radicalização de Lula

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São Paulo

Ciro Nogueira, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e presidente nacional do PP, decidiu entrar em campo para ajudar Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, em sua busca pela reeleição em 2024, quando deverá enfrentar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

A participação empolgada de Nogueira em jantar promovido pelo prefeito com lideranças políticas nacionais na semana passada se destacou para diversos dos presentes, segundo os quais o senador pelo Piauí mostrou-se bastante disposto a se engajar no projeto de continuidade do emedebista.

Nogueira diz ao Painel que o motivo de sua manifestação enfática de apoio a Nunes advém da percepção de que a eleição de 2024 pelo comando do município será a mais importante do país nos próximos anos devido aos atores que estarão envolvidos na disputa.

Ciro Nogueira, senador e ex-ministro da Casa Civil, durante entrevista à Folha no Palácio do Planalto
Ciro Nogueira, senador e ex-ministro da Casa Civil, durante entrevista à Folha no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira-19.out.2022/Folhapress

Para o ex-ministro, a vitória de Boulos seria "um desastre para o país", pois poderia dar o entendimento ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que tem apoio popular para se radicalizar.

"Vai dar um aval de radicalismo, que é uma característica grande do Boulos. Seria uma tragédia muito grande", afirma Nogueira.

Para o senador, Lula tem flertado com o que chama de radicalismo, mas não tem coragem de assumir a osição, diante da percepção de que a maior parte da população se oporia.

"Se vem o respaldo de uma eleição da principal cidade, isso pode fazer com que vá para o radicalismo, o que seria ruim para o país", afirma, acrescentando que não existe um ponto em que ele e Boulos tenham qualquer similaridade e que, em sua visão, tudo que o psolista defende é inacreditável e vai contra a lei, a ordem, a produção e o trabalho.

Nogueira define a derrota de Bolsonaro para Lula em 2022 como uma eleição que estava ganha e foi perdida por erros deles mesmos. Por isso, ele fala em não repetir as mesmas falhas em 2024, com a próxima corrida presidencial já no horizonte.

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, durante visita às obras da linha 6-Laranja do metrô
Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, durante visita às obras da linha 6-Laranja do metrô - Rubens Cavallari-26.jan.2023/Folhapress

"Temos a oportunidade de unificar todo o campo político que eu queria muito que tivesse se unido em 2022, que é Gilberto Kassab (PSD), Podemos, Valdemar [Costa Neto, presidente do PL], Marcos Pereira [presidente do Republicanos], MDB, que corresponde a 70% da força política do país. É uma oportunidade muito grande de unificar esses atores que, se funcionar, é um embrião para dar certo em 2026", analisa.

"É um embrião, uma semente muito boa. Essa união seria uma força política muito importante. Se Bolsonaro tivesse tido esse apoio ele teria ganhado fácil a última eleição", completa.

Nogueira diz que levará a Bolsonaro a sua avaliação de que seria importante apoiar um candidato com o perfil de Nunes em São Paulo: de centro, equilibrado, parecido com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com isso, em sua visão, as chances de Boulos diminuiriam.

Deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) durante entrevista à Folha
Deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) durante entrevista à Folha - Karime Xavier-18.jan.2023/Folhapress

"Acho que Bolsonaro demonstrou força eleitoral muito grande no estado de São Paulo com a eleição do Tarcísio. Mas tanto Tarcísio como Bolsonaro perderam na capital. Então um candidato do bolsonarismo teria chances muito grandes de perder a eleição contra um candidato da esquerda. Já um candidato de centro com apoio do bolsonarismo é favorito total", afirma o ex-ministro.

Os deputados federais Ricardo Salles (PL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) também têm se movimentado para participar da eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024.

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