A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um projeto de lei para homenagear o coronel Erasmo Dias, expoente da ditadura militar.
Secretário de Segurança Pública de São Paulo de 1974 a 1979, ele ficou conhecido por comandar a invasão na PUC de São Paulo em setembro de 1977, na última grande operação do regime militar (1964-1985) contra o movimento estudantil. Na ocasião, estudantes faziam um ato público pela reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A ação resultou na detenção de 854 pessoas, levadas ao Batalhão Tobias de Aguiar. Delas, 92 foram fichadas no Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo) e 42 acabaram processadas com base na Lei de Segurança Nacional, acusadas de subversão.
A despeito disso, o ato dos alunos saiu vitorioso: tornou-se bandeira da resistência pacífica contra os militares e impulsionou o processo de reconstrução da UNE (União Nacional dos Estudantes), então na ilegalidade.
O projeto de lei foi apresentado em 2020 pelo então deputado estadual Frederico D'Ávila (PL) e propõe que um viaduto localizado na cidade natal do homenageado, Paraguaçu Paulista, passe a ser denominado "Deputado Erasmo Dias".
Dias foi deputado federal entre 1979 e 1983 e estadual entre 1987 e 1999. Ele morreu em 2010 aos 85 anos.
O projeto foi aprovado na terça-feira (24) na comissão e segue direto para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que terá que decidir se sanciona ou veta o projeto.
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