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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Racha no PCB tem expulsão de youtuber e de ex-candidato a presidente

Troca de acusações vai de guinada à direita a exposição do partido nas redes sociais

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São Paulo

O PCB (Partido Comunista Brasileiro) vive um racha que acabou com troca de acusações e expulsão de membros como o youtuber e historiador Jones Manoel e o militante histórico e ex-candidato a presidente Ivan Pinheiro.

O pano de fundo da disputa seria um suposto desvirtuamento ideológico da sigla e acusações de críticas públicas ao Partidão. Os assuntos vão do posicionamento sobre a guerra da Ucrânia à postura crítica sobre a gestão Lula (PT).

O PCB é um dos descendentes do Partido Comunista do Brasil, que teve entre seus membros os revolucionários Luís Carlos Prestes e Carlos Marighella.

Militante comunista Jones Manoel, que foi expulso do PCB
Militante comunista Jones Manoel, que foi expulso do PCB - Divulgaçao PCB

Em seu site, o partido publicou nota do secretário-geral Edmilson Costa, afirmando que se trata de "pequeno grupo, cuja limitada ação na realidade concreta da luta de classes contrasta com a farta presença nas redes virtuais". "O grupo expõe a vida interna de um partido revolucionário indiscriminadamente, sem dar a mínima se e como nossos inimigos vão se aproveitar dessas informações", diz a nota publicada.

A menção à atuação nas redes parece ser uma indireta a Jones Manoel, que ganhou holofotes em 2020 ao ser citado como referência por Caetano Veloso. Manoel, que foi candidato a governador de Pernambuco no ano passado, foi desligado da direção do partido recentemente e, depois, da sigla.

Manoel acusa o grupo no poder, do qual faz parte a candidata a presidente pelo partido nas últimas eleições, Sofia Manzano, de tentar fazer uma guinada à direita e diz que sua expulsão ocorreu à revelia das regras da sigla e sem direito de defesa.

"[É] uma manobra administrativa de caráter político, para mudar a linha política do partido, promovendo tanto no âmbito da política interna como da internacional um giro à direita no partido e o abandono de linha política marxista-leninista. Porém, é algo que vai ser rapidamente solucionado e resolvido voltando a lutar para aprofundar sua reconstrução revolucionária", diz ele, que tentará reverter a decisão.

Em suas redes, Manoel afirmou que há uma lista de "expulsões prontas com mais de 30 nomes para serem botados para fora".

Ivan Pinheiro, em vídeo que circula nas redes sociais de militantes, citou expurgos no partido por "um grupo de oportunistas". "Me expulsaram ontem à noite não daquele partido que entrei em 1975 e muito menos daquele partido que em 1992 eu contribuí para evitar que morresse", disse ele, que disputou a Presidência em 2010.

Sofia Manzano, membro da atual direção, afirma que o partido funciona há mais de 100 anos de forma centralizada e com debates feitos internamente. Mesmo assim, os divergentes haviam sido incluídos na direção e teriam continuado impor à força seus posicionamentos, diz.

"Essa guerra de narrativas expressa um movimento interno de um grupo que foi amplamente derrotado no congresso [do partido] mas que quer na construção das narrativas promover um golpe no processo que foi legitimamente e democraticamente constituído", diz Manzano.

Partido nanico, o PCB recebeu apenas 64 mil votos na eleição para a Câmara em 2022, o equivalente a 0,06% dos votos.

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