Presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Rocha diz não lembrar se conversou com o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., sobre a suposta vulnerabilidade das urnas eletrônicas.
Em depoimento à Polícia Federal divulgado nesta sexta-feira (15), o brigadeiro diz que expôs a Rocha sua visão de que os apontamentos do instituto sobre as urnas eram cheios de inconsistências.
O instituto foi contratado pelo PL para verificar a confiabilidade das urnas e embasou grande parte dos ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação.
"Eu não me lembro se conversei [com o brigadeiro], para ser sincero, falava com muita gente o tempo todo naquele momento", afirmou Rocha ao Painel.
No depoimento, o brigadeiro afirma que recebeu do próprio Bolsonaro uma cópia impressa de estudo, durante reunião no Palácio da Alvorada perto do dia 14 de novembro de 2022.
Baptista diz que ressaltou ao então presidente que o estudo era mal redigido, tinha erros técnicos e estava repleto de sofismas. Bolsonaro então teria ligado para Rocha e o colocado na linha com o então comandante da FAB. "Que Carlos Rocha ouviu o depoente, sem questionar", diz o depoimento.
Rocha também confirma a informação dada em depoimento pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de que quem levou seu nome para trabalhar para o partido foi o então ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, hoje senador.
"Conheço o Pontes desde que ele era astronauta. Somos formados pelo ITA [Instituto de Aeronáutica). Ele me recomendou, já que a gente estudava o assunto e podia contribuir tecnicamente", afirmou.
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