O governo orientou ministérios a não realizar nem críticas nem atos em memória dos 60 anos do golpe de 1964, marca que será alcançada em 31 de março, em meio a um esforço para distensionar as relações com as Forças Armadas e diante da polarização persistente no país.
A orientação foi passada pela Presidência da República a ministérios e ocorre dias após o presidente Lula (PT) afirmar que prefere não ficar remoendo as consequência do golpe de 1964 porque isso "faz parte do passado" e quer "tocar o país para frente".
"Eu, sinceramente, vou tratar da forma mais tranquila possível. Eu estou mais preocupado com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64. Eu tinha 17 anos de idade, estava dentro da metalúrgica Independência quando aconteceu o golpe de 64. Isso já faz parte da história. Já causou o sofrimento que causou. O povo já conquistou o direito de democratizar esse país", disse.
"O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente", completou.
Como mostrou o Painel, o governo espera que, nos quartéis, o aniversário de 60 anos do golpe passe em completo silêncio.
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