Vereadores de partidos aliados de Ricardo Nunes (MDB) têm procurado o prefeito e seus secretários para pedir que a provável escolha do coronel Ricardo de Mello Araújo (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seja repensada.

Os vereadores argumentam que diversos deles têm redutos eleitorais em regiões periféricas da capital, nas quais poderão ser impedidos de entrar para fazer campanha a partir do momento em que tenham um coronel da reserva da Polícia Militar como candidato a vice-prefeito na coligação.

Em 2022, com Rodrigo Garcia como candidato a governador de São Paulo, e em 2020, com Bruno Covas buscando a reeleição como prefeito, os vereadores relatam que enfrentaram resistência para fazer campanha em algumas regiões da cidade.

O motivo apontado era o fato de que o PSDB comandava o governo de São Paulo e, consequentemente, a Polícia Militar, vista com reticência nessas regiões.

Com Mello Araújo, eles acreditam que o problema pode ser muito mais intenso. Considerando os 12 partidos da aliança do emedebista, os vereadores afirmam que centenas de candidatos a vereador serão afetados.

Nos últimos dias, eles têm compartilhado a entrevista que então comandante da Rota concedeu ao UOL, em 2017, quando disse que a abordagem nos Jardins tem de ser diferente da periferia.

Os vereadores temem, ainda, o efeito de terem o nome de Mello Araújo nos "santinhos" e demais materiais de campanha.

Dentro e fora do PL, os vereadores têm consenso de que a indicação deve partir do partido que é o maior da coligação. Por isso, eles sugerem alternativas da sigla que não estão ligadas às forças de segurança, como as vereadoras Rute Costa e Sonaira Fernandes.

Nesta quarta-feira (19), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) receberá os presidentes dos partidos aliados de Nunes no Palácio dos Bandeirantes para tentar construir consenso em torno da escolha de Mello Araújo como vice.