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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Anúncio de liberação de contas ativas desagrada conselho do FGTS

Grupo diz que recursos não aquecerão economia e que medida põe em risco orçamento

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São Paulo

Membros do Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) foram pegos de surpresa com o anúncio do governo desta quinta-feira (30) de estudar a liberação de saques de contas ativas do FGTS para sacudir a economia.

Para o Ministério da Economia, a estimativa é que os resgates alcancem um valor próximo de R$ 20 bilhões.

O ministro Paulo Guedes disse que o governo está avaliando como seria a viabilização da medida, que a princípio passaria a valer após a aprovação da Previdência

"Vamos liberar PIS/Pasep, FGTS, assim que saírem as reformas", afirmou.

A coluna conversou com um membro do conselho que afirma que o grupo —que tem como função deliberar sobre as diretrizes que norteiam a utilização dos recursos do Fundo— não foi consultado sobre as intenções do governo e que ficou sabendo do anúncio pela imprensa.

De acordo com este membro, o conselho se reuniu na última terça (28), mas o assunto não foi tratado. Diz apenas que ouviu falar que o governo pensava numa nova medida para sacar as contas inativas, como já havia sido feito em 2016, pelo governo Michel Temer, mas nada em relação às contas ativas, o que seria um "absurdo sem precedentes".

Ministro da Economia Paulo Guedes diz que pasta estuda liberar dinheiro de contas ativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para impulsionar a economia brasileira - Pedro Ladeira/Folhapress

Para ele, o FGTS —que teve arrecadação sucessivamente reduzida entre 2012 e 2017— terá ainda mais perdas com as ações do governo para estímulo de crédito e aquecimento do consumo.

A disponibilidade dos recursos está sendo carcomida aos poucos, na opinião de alguém do Fundo. Com o aumento do desemprego —o que gera maiores saques e menos arrecadações— o débito está aumentando, avalia. 

O membro do Conselho diz ainda que os recursos, caso venham de fato a ser sacados, não irão para o consumo.

De acordo com seus cálculos, pessoas que recebem mais de seis salários mínimos por mês respondem hoje por mais de 80% do volume das contas ativas, ou seja, têm estabilidade e, portanto, não vão pegar o dinheiro para consumir e pagar dívida.

O Conselho do FGTS vem reforçando publicamente a constante necessidade de se revisar o orçamento do Fundo —e o problema que isso representa.

"O orçamento plurianual do FGTS 2019 a 2022 deverá ser revisto em outubro próximo. Na versão atual, já é nítida a tendência de redução do total a aplicar ano a ano. O resultado de arrecadação líquida apurado em 2018 confirma a tendência de redução das entradas de recursos. O aumento da arrecadação líquida neste exercício se deveu à redução de saque e não ao crescimento da arrecadação", emitiu em comunicado.

Leia a coluna completa aqui. ​

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