Vazou uma lista da consultoria Patri, de políticas públicas, com nomes cotados ao conselho diretor da autoridade de proteção de dados pessoais, sancionada em julho. A escolha de cinco nomes, um para a chefia do órgão, deve ser feita pelo presidente Jair Bolsonaro neste semestre.
Do grupo empresarial, a Patri incluiu Marcel Leonardi, ex-Google, Fábio Rua, da IBM, e o advogado Renato Opice Blum.
Há duas pessoas ligadas ao governo: Miriam Wimmer, diretora no Ministério da Tecnologia, e o coronel Arthur Sabbat, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), único militar da lista.
Alguns indicados se surpreenderam com a seleção e até riram do documento, que não tem qualquer tipo de caráter oficial, embora confirme alguns nomes já levantados no setor.
Organizações da sociedade civil temem que a presença do GSI direcione a agência mais à vigilância do que ao direito do cidadão. Nome mais recorrente dessa ala, Sabbat diz entender a preocupação.
"Acredito que [exista a preocupação] pelo fato de o governo estar mobiliando alguns postos com militares. No caso da ANPD, a ideia é que seja de um foco de macrogestão, não de controle", afirma.
Segundo ele, "não haverá qualquer tipo de controle nesse ponto" porque esse viés estaria desalinhado com as recomendações internacionais sobre o funcionamento de uma autoridade de proteção de dados.
A Patri afirma que a lista era para consumo interno, que não é definitiva e que não foi encomendada por nenhuma empresa.
O decreto da autoridade é redigido em conjunto com o Ministério Economia e a Casa Civil. Dentro do governo, a expectativa mais otimista é de que seja publicado em setembro.
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