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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Usar dinheiro da Lava Jato para incêndio na Amazônia é equivocado e ilegal, diz pesquisadora

Para Érica Gorga, que atuou como perita na defesa de investidores da Petrobras, recursos deveriam ir para prejudicados pelos crimes

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Chama o bombeiro A decisão de destinar para a Amazônia e a educação o dinheiro do fundo da Lava Jato, proveniente de multas pagas pela Petrobras nos EUA, aborreceu estudiosos do mercado de capitais. "É equivocado e ilegal", diz a pesquisadora da USP Érica Gorga, que foi perita na defesa dos investidores da petroleira na justiça americana. Nesta quinta (5) governo e Procuradoria-Geral da República definiram que R$ 1 bilhão vai para combate ao desmatamento e R$ 1,6 bilhão, para a educação.

Desvio de finalidade Nos EUA, as autoridades destinaram o dinheiro recuperado das fraudes e corrupção ao ressarcimento dos que foram prejudicados pelos crimes: os investidores estrangeiros da Petrobras. Aqui também deve ser destinado aos acionistas e fundos de previdência brasileiros que perderam bilhões", afirma Gorga.

Direito de propriedade Para a pesquisadora, a decisão de enviar o recurso a outras áreas, deixando de ressarcir os prejudicados, contraria uma política do governo Bolsonaro, de proteger o direito de propriedade de investidores para prover segurança jurídica e atrair investimentos.

A regra é clara Gorga avalia que a proposta da procuradoria contraria o artigo 91 do Código Penal, que estabelece a prioridade do direito dos lesados na indenização.

Bolso As autoridades aqui precisam entender que há milhares de pessoas com aposentadoria comprometida pelos prejuízos do petrolão", diz ela.

PROSA

"Os fundos de aposentadoria são os que mais perderam com a corrupção e eles têm que ser ressarcidos com o recurso da Lava Jato. Não se deve apagar incêndios com a aposentadoria dos outros."
Érica Gorga, pesquisadora da USP

A pesquisadora da USP Érica Gorga, que atuou como perita na defesa de investidores da Petrobras - Bruno Santos/Folhapress

Ciranda Cresce a pressão para que caia a indicação de Lenisa Prado feita por Bolsonaro para o Cade. O que se diz lá é que, no STJ, ela não agrada. Na novela para a renovação das vagas do órgão, o presidente já cancelou dois nomes que haviam sido escolhidos por Paulo Guedes e Sergio Moro. 

Às moscas Depois do início das obras que estão interditando a pista principal do Santos Dumont, o movimento das lojas no aeroporto despencou. A Infraero não sabe estimar o tamanho da perda de receitas não tarifárias que terá até 21 de setembro, mas cinco lojas no local estão fechadas.

Balcão vazio A marca de maquiagens Quem Disse Berenice reduziu temporariamente o número de seus funcionários, segundo a gerência. A Dufry fez o mesmo.

Rebeldia Na semana passada, o grupo Arezzo negou que iria aderir às promoções da Semana do Brasil, a Black Friday verde-amarela que o governo criou com empresários bolsonaristas. No site oficial do evento, porém, o número de lojas da marca cresce. Quando a primeira delas apareceu, a empresa disse que era decisão isolada de um franqueado.

É cedo A Semana do Brasil pode ganhar espaço no calendário do varejo, mas deve ser tímida em 2019, segundo especialistas. Para Felipe Mendes, da GFK, houve pouco tempo para as empresas se planejarem e é provável que haja mais queima de estoque do que ofertas de itens novos.

Confiança Assim como na Black Friday original, a versão brasileira levará tempo até ganhar credibilidade com clientes, segundo Patricia Cotti, do Ibevar. Maurício Salvador, da ABComm (de comércio eletrônico) afirma que, se consumidores virem carga política no evento, dificultará as vendas.

Papelada O número de declarações e obrigações acessórias que empresas precisam enviar aos governos federal, estadual e municipal subiu de 11 para 20 desde 2008, segundo levantamento da Seteco, especialista em contabilidade, com 600 empresas.​

Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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