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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Pedido agora é por sobrevivência, diz presidente da Latam

Jerome Cardier afirma que setor não pede desoneração, só alongamento de prazos

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São Paulo

Enquanto esperava o anúncio de ajuda do governo na tarde desta segunda-feira (16) para o Brasil atravessar a crise do coronavírus, o presidente da Latam, Jerome Cadier, disse que a questão agora “é sobrevivência”.

"Quem sabe em 2021, a gente retome a discussão sobre eficiência, custo Brasil, carga tributária. Mas [o problema] não é isso agora. O pedido agora é sobrevivência neste período de 180 dias", diz o executivo.

Sobre as recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que de que o país precisa escolher entre enviar dinheiro à saúde ou ao setor aéreo, Cadier afirma que há uma confusão e que o setor não está pedindo desoneração.

"O que o setor aéreo pediu desde o começo para passar por essa crise é alongamento dos prazos, ou seja, eu não vou impactar o recolhimento de 2020 dos impostos, PIS, Cofins e ISS, mas eu preciso de uma carência porque eu não consigo fazer o pagamentos conforme o cronograma normal por 180 dias. Então, o que a gente pediu não impacta o rigor fiscal e a arrecadação do governo. O setor precisa é de uma ajuda pontual para sustentar esse momento de crise. Mas não é renúncia fiscal", afirma.

Segundo ele, ninguém nunca imaginou que um dia o setor viveria tamanha crise globalmente. "A gente nunca imaginou que ia passar por uma queda de demanda tão grande, tão bruta. E além da queda de demanda, uma limitação de voos. Hoje à noite, você para de voar no Peru, voos domésticos e internacionais. Os aviões estão no chão. Isso nunca foi imaginado na proporção e na escala que está sendo feito. Por isso você vê um corte de 90% dos voos internacionais da Latam. É gigante isso", diz.

Questionado sobre a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro de participar de protestos no domingo (15) em meio à crise do coronavírus, o presidente da Latam disse que a discussão com o setor está sendo feita com os ministérios da Economia e da Infraestrutura.

"Eu não sou médico. Não sei se ele está fazendo correto ou não. O fato é que tem muita distração. A gente tem que estar focado no problema da economia e da saúde. O coronavírus é um problema seríssimo que vai afetar a saúde de todo mundo e a economia do país e do mundo. Vamos discutir isso", disse Cadier.

A Latam Airlines informou nesta segunda-feira (16) que reduzirá seus voos em 70%, diante dos desdobramentos da epidemia do coronavírus.

Em comunicado, a empresa afirmou que os voos internacionais serão reduzidos em 90%, enquanto os domésticos terão diminuição de 40%, após o fechamento de fronteiras em vários países e uma queda na demanda.

com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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