Varejistas de moda expressaram alívio após a decisão anunciada pelo governador João Doria (PSDB) de São Paulo nesta quarta (18) de determinar o fechamento de todos os shoppings da região metropolitana da capital para tentar conter o coronavírus.
"Por mim, eu já teria fechado desde a semana passada por causa do coronavírus. A gente estava com um cenário de não ter venda, não faturar. Os shoppings, independentemente da decisão de um governador, já deveriam ter tomado a medida de fechar por conta da epidemia", afirma Andrea Ducca, diretora-geral da Gregory.
Angelo Campos, diretor da MOB, diz que a exposição ao risco é irresponsabilidade. "Eu acho ótimo [fechar] porque a coisa está se agravando de tal maneira, e o governo federal não está se manifestando. A gente tem recebido um monte de notícia, não sabe se é fake news ou verdade com relação ao contágio. Para nós, foi bom porque não ficamos no meio do caminho. A gente tem vindo trabalhar sujeito a isso porque o shopping não queria fechar. Agora partiu de cima", diz Campos.
Tito Bessa Junior, dono da TNG e presidente da associação de lojistas de shoppings Ablos, diz que ninguém vai ter condição de pagar as contas.
"Realmente, as lojas não estavam vendendo nada. Mas o que me preocupa é o pós. O que será de nós de agora em diante? Agora não tem recursos mais para aluguel, imposto, folha de pagamento. Poucas empresas estão capitalizadas", diz Bessa Junior. Ele afirma que o setor vai precisar de ajuda do governo, dos bancos e a compreensão dos shoppings.
Fernando Kherlakian, diretor da marca Khelf, considerou o período de fechamento longo, mas necessário. A medida determina que os shoppings ficarão fechados até o dia 30 de abril.
"Os shoppings precisam se conscientizar de que isso é real porque quanto mais tempo eles ficam abertos, mais eles ganham. Nós, lojistas, estávamos querendo fechar porque não estava vendendo nada ou, pelo menos, queríamos que o aluguel fosse um percentual das vendas", diz Kherlakian.
com Filipe Olivera e Mariana Grazini
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