Meritocracia é coisa do passado. Segundo especialistas em recrutamento, a palavra, que foi desgastada ao ser usada com pouco critério nos últimos anos, vai ficando em segundo plano, enquanto o conceito de diversidade começa a mostrar resultado.
Para Danilca Galdini , diretora de pesquisas do Grupo Cia de Talentos, falar em meritocracia implica aceitar o pressuposto, equivocado, de que todos partem das mesmas condições. Por outro lado, quando as empresas decidem ampliar a participação de negros, mulheres, pessoas LGBT e com deficiência, precisa levar em conta que as oportunidades não foram iguais para todos.
Denise Asnis, sócia da empresa de recrutamento TAQE, afirma que uma visão mais moderna busca dar diferentes graus de apoio para os profissionais, de acordo com as necessidades de cada um para que melhorem seu desempenho.
"Quando a meritocracia é baseada só na alta performance, sem a empresa oferecer condições que gerem equidade, ela reforça as desigualdades da sociedade", afirma Asnis.
Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half, ressalva que meritocracia ainda é um valor importante, em oposição a promoções motivadas por critérios políticos ou pessoais, mas quando as empresas colocam a diversidade como parte de sua estratégia de crescimento, critérios como gênero e raça podem se sobrepor à performance na hora de definir uma contratação ou uma promoção.
Para Mantovani, se uma empresa decide ampliar a presença feminina na liderança, por exemplo, uma seleção exclusiva de mulheres para um cargo de diretoria não deixa de ser uma iniciativa guiada pela meritocracia. Isso porque a escolhida terá sido a melhor candidata para o que a empresa precisa no momento.
Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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