A madrugada de terça (3) para quarta (4) foi agitada nos WhatsApps de empresários ansiosos com a corrida à Casa Branca. Por volta das 23h30, um deles mandava mensagens aos grupos dizendo que previa a reeleição republicana. Antes das 2h, poucos dormiam. Para Alexandre Ostrowiecki, dono da Multilaser, “a eleição mais importante do planeta tinha três desfechos possíveis: a) Biden b) Trump c) indefinição e caos”. O terceiro cenário parecia o mais provável, segundo ele.
“Do ponto de vista econômico, parece que Trump seria opção mais vantajosa”, diz Ostrowiecki. Para ele, um segundo mandato manteria a Casa Branca mais amigável ao governo brasileiro, e o endurecimento comercial e diplomático de Trump contra a China levaria oportunidades ao agro brasileiro, melhorando a balança comercial, aliviando câmbio e inflação.
“Biden, por outro lado, deve endurecer o discurso ambiental, e pode causar problemas na OMC e travamento de alguns mercados para nossos produtos”, afirma.
Para o melhor cenário, Ostrowiecki ressalva: “em um mundo com tantos desafios, a começar pela pandemia, uma liderança clara e confiante é o ingrediente que todos precisam”.
Horacio Lafer Piva (Klabin) também não arriscou resultado. “Impressionante como o mundo, e com bons motivos, acompanha esta eleição, seja pelo que ela representa de significados quanto ao modelo Trump, na minha opinião desastroso em termos civilizatórios, seja pelo que pode desenhar em termos econômicos”, diz ele.
Na eleição de Biden, segundo a análise de Lafer Piva, os presidentes se afastam mas a expectativa é que os estados se aproximem. “Temas como China, meio ambiente, acordos e comércio, para não falar da Covid, têm diferentes entendimentos entre eles e nos impactam muito”, afirma.
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com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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