As mudanças nos hábitos do consumidor brasileiro no supermercado durante a pandemia começam a repetir um comportamento registrado até julho do ano passado. A média da quantidade de itens de higiene na cesta, que chegou a 4 em julho, mas depois caiu para perto de 3 até novembro, voltou ao patamar mais alto em janeiro, segundo a Horus, empresa de inteligência de mercado que faz o levantamento com base em notas fiscais. A mesma trajetória aconteceu nos produtos de limpeza.
“No segundo semestre do ano passado, à medida que a pandemia foi ficando controlada e começou a diminuir o número de casos, o consumo de itens de higiene e limpeza foi caindo. Os cuidados foram reduzidos. Mas agora que subiu de novo, isso aparece no volume de produtos comprados”, diz Luiza Zacharias, diretora da Horus.
O acompanhamento da variação nos hábitos de consumo pela Horus também mostra reflexos do fim do auxílio emergencial no carrinho de supermercado. Após o corte da ajuda do governo, a participação de produtos considerados supérfluos, como as bebidas alcoólicas, despencou na cesta.
A incidência da bebida na compra caiu de quase 15% em julho para 11,5% em janeiro. “As pessoas que não tinham dinheiro nem para comprar o básico, quando foram recebendo aquele auxílio, tiveram um pouco mais de liberdade. Agora elas voltam a focar a comida”, diz Zacharias.
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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