As grandes companhias americanas ficaram praticamente de fora do plano de estímulo de US$ 1,9 trilhão de Joe Biden, porém, têm apoiado a medida.
Pesquisa conduzida online pelo professor da Universidade Yale Jeffrey A. Sonnenfeld durante evento para presidentes de grandes empresas na semana passada apontou que 73% dos executivos aprovam as medidas, apesar de 61% deles considerarem que os gastos são altos demais.
Em fevereiro, executivos de 150 grandes empresas, entre elas BlackRock, Goldman Sachs e Google, assinaram uma carta conjunta pedindo aprovação dos plano aos congressistas.
A maior parte dos recursos do plano de Biden, US$ 1,4 trilhão, será destinada para apoio direto à população. Outro setor contemplado é o de pequenas empresas, especialmente os restaurantes, para os quais foi criado um fundo de quase US$ 29 bilhões para compensar perdas de faturamento. Dentre as grandes companhias, a exceção foi o setor aéreo, um dos mais afetados, que terá US$ 15 bilhões do plano de resgate econômico.
A percepção é que, mesmo sem injetar dinheiro diretamente no caixa das empresas, as medidas dão dinamismo à economia ao apoiar clientes e fornecedores delas.
O desenho do pacote do democrata contrasta com medidas apresentadas em crises anteriores, como as de 2001 e 2008. No ano passado, as grandes corporações ficaram com US$ 500 bilhões do Cares Act, plano de US$ 2,2 trilhões assinado por Donald Trump em março de 2020.
Como base de comparação, no Brasil, quando o governador paulista João Doria anunciou a retomada de benefícios no ICMS de leite e carnes vendidos a estabelecimentos do Simples, na semana passada, grandes produtores e varejistas ficaram decepcionados.
“Quem está reclamando não tem do que reclamar. O momento é de solidariedade e espírito coletivo”, disse a secretária do Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, ao Painel S.A., na ocasião.
Com Filipe Oliveira e Andressa Motter
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.