A RaiaDrogasil, que nesta semana inaugurou uma parceria com a Prefeitura de São Paulo para oferecer o espaço de unidades da rede para a vacinação da Covid-19, se prepara para abrir o mesmo programa em cidades como Porto Alegre, Campinas e Goiânia.
O programa começou com 17 lojas na capital paulista e deve chegar a 30 pontos nos próximos dias, segundo Marcílio Pousada, presidente da companhia.
O executivo afirma que a rede pode ajudar porque tem capilaridade, com farmácias em 403 municípios, mas ainda espera o contato das prefeituras, que entram com a vacina gratuita.
"Disponibilizamos as lojas e tablets para o nosso time ajudar no cadastramento, montamos a estrutura com cadeiras para quando as filas começarem, e a pessoa da prefeitura faz o gesto vacinal em cada loja. É na mudança de faixa etária do programa que as filas acontecem", diz Pousada.
A RaiaDrogasil já atua há anos no mercado de vacinação contra a gripe. E tem todo o interesse de entrar quando esse mercado privado de vacina contra a Covid for liberado no futuro. Mas, por enquanto, Pousada diz que é contra a imunização privada e a antecipação de grupos fora dos prioritários.
O executivo afirma que o país precisa de vacinas, e essa função é do governo.
"O Brasil tem uma capacidade de vacinar pela própria rede pública e melhor do que a maioria dos países. A nossa função como empresários é apoiar nisso. Primeiro, o esforço geral da sociedade civil tem que ser ajudar os governos do mundo inteiro para vacinar a maior parte da população possível, principalmente, os grupos de risco", afirma.
Quando começou a repercussão sobre a compra de vacinas por empresas para imunizar seus funcionários, há pouco mais de um mês, Pousada diz ter recebido, e dispensado, diversos contatos com oferta de fornecimento de doses. "Eu falei: 'obrigado, você já falou com a Anvisa, com a secretaria de saúde?', diz o executivo.
Diante do avanço da tragédia da pandemia no Brasil, Pousada vê o lockdown como alternativa possível.
"Eu acho que, em algum momento, se a gente não conseguir diminuir o número de transmissão, de pessoas internadas em UTI, pelo que a gente vê no mundo todo, não tem muita saída. Acho que o governo vai ter que tomar a decisão, e vamos ter que apoiar", afirma.
com Filipe Oliveira e Andressa Motter
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