Horas antes do início do jantar de Bolsonaro com um grupo de grandes empresários nesta quarta (7), surgiu entre os convidados uma incerteza sobre a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no evento.
Embora Bolsonaro tivesse feito um aceno positivo, prometendo chegar acompanhado de figuras ilustres como os ministros da Economia, da Infraestrutura e o presidente do Banco Central, o empresariado quer falar agora é com quem comanda a crise sanitária. E Queiroga foi ao evento.
Vacinação foi a palavra mais usada por alguns dos convidados quando questionados sobre qual seria o grande assunto do jantar. Parte deles citou o Orçamento, mas a maior preocupação é corrigir o atraso da imunização, que eles consideram o motivo do atoleiro econômico.
Outro comentário levantado com discrição por convidados antes do jantar era a dúvida se os protocolos de segurança seriam de fato respeitados na presença de Bolsonaro, que é avesso às precauções sanitárias.
Apesar da campanha levantada por empresários como Luciano Hang e Carlos Wizard para antecipar a imunização de funcionários, uma ideia que também é defendida pelo anfitrião do jantar, Washington Cinel, vários dos outros empresários do grupo descartam a hipótese. Dizem que é vã ilusão, porque não há vacina no mercado.
A interpretação comum entre eles é que o encontro com representantes da elite do PIB brasileiro nesta quarta foi marcado porque o presidente está com medo de ter perdido o apoio do empresariado, inclusive os bolsonaristas, e quer se reaproximar no momento de crise.
A ala mais simpática a Bolsonaro saiu satisfeita do jantar. O ponto alto, dizem, foi a fala do presidente do Banco Central, que lhes deu sensação de responsabilidade fiscal. Já Bolsonaro, segundo eles, manteve os ataques ao lockdown, mas a favor de algum distanciamento.
com Filipe Oliveira e Andressa Motter
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