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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Explosão de venda de cloroquina gera discussão sobre fiscalização de tarja vermelha em farmácia

Associação de farmácias diz que desconhece prática da venda de cloroquina e ivermectina sem receita

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São Paulo

A exposição do faturamento das fabricantes de remédios do kit Covid por causa da CPI levantou uma velha discussão na indústria: a falta de fiscalização na venda de medicamentos tarja vermelha sem prescrição médica pode ter facilitado o consumo de produtos como cloroquina e ivermectina. Procurado pelo Painel S.A., Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, que reúne o setor, diz que as farmacêuticas respeitam a regra ao imprimir a tarja, mas quem vende ao cliente é a farmácia.

caixas de ivermectina
Caixas de ivermectina; remédio não tem eficácia compravada contra Covid-19 - Reprodução

“A indústria farmacêutica defende há muito tempo que a tarja vermelha deve ser cumprida. Se tem a tarja, a farmácia tem que dispensar com base no receituário do profissional de saúde habilitado, e não porque vizinho ou sobrinho ou alguém na televisão falou. Isso evitaria os efeitos colaterais que eventualmente ocorrem”, afirma Mussolini.

Nas redes de drogarias, por sua vez, a Abrafarma, entidade que representa o varejo, afirma que desconhece práticas de farmácias vendendo remédios, como ivermectina e cloroquina, sem receita. A associação diz que não há deliberação sobre o tema.

Procurada pelo Painel S.A., a Anvisa diz que a ivermectina e a hidroxicloroquina sempre foram sujeitas à prescrição. A agência afirma que, na pandemia, editou exigências adicionais para coibir a venda irregular. Também diz que a fiscalização da venda e a dispensação de medicamentos sujeitos à prescrição médica é uma atividade das vigilâncias sanitárias locais.

Nesta semana, a EMS informou à CPI que faturou R$ 142 milhões com remédios do kit Covid em 2020, valor oito vezes superior a 2019, porém, no caso da hidroxicloroquina, a empresa afirma que só começou a produzir em novembro de 2019, o que infla a percepção de aumento para 2020.

A EMS diz também que as vendas de hidroxicloroquina representaram só 0,2% de seu faturamento total no ano passado. Com ivermectina, o salto foi de R$ 2,2 milhões para R$ 71,1 milhões na pandemia.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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