O mercado de franquias projeta recuperação mais forte para o segundo semestre, reflexo da redução nas restrições de funcionamento e da vacinação, mas há outros efeitos derivados da própria pandemia, segundo André Friedheim, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Além de um bom momento para a negociação de aluguéis de imóveis comerciais, Friedheim diz que a pandemia acelerou tecnologias que reduziram o custo das operações, facilitando a atração de franqueados.
Os negócios dos segmentos de saúde, alimentos e construção considerados essenciais já vinham entregando resultado mais favorável, mas as áreas de moda e restaurantes começam a reagir com aumento de receita e aberturas e novas unidades.
No primeiro trimestre deste ano o faturamento recuou 4% ante igual período de 2020. Na comparação dos 12 meses que compreendem os piores momentos da pandemia, a queda ficou em torno de 11%, segundo a ABF.
"Tem o aumento de faturamento acontecendo, e tem a abertura de unidades crescendo, por causa de um fator que é taxa de juros baixa e desemprego. Historicamente, isso impulsiona a venda de franquias, porque a pessoa precisa fazer o dinheiro dela trabalhar em vez de deixar no banco", diz Friedheim.
A consultora Eliane Delmondes, que faz planejamento de acesso a crédito, diz que além de novos empreendedores que abriram suas primeiras franquias, teve casos de franqueados que migraram para outras bandeiras de segmentos diferentes.
"Teve empresário do ramo de vestuário que foi para o de óticas ou alimentação. Como ele já sabe como funciona a metodologia e os processos, é mais tranquilo mudar, só busca o recurso para enfrentar a transição", diz ela.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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