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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Bares e restaurantes rejeitam ideia do passaporte de vacina em São Paulo

Associação do setor diz que aguarda medidas concretas da prefeitura para reagir

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São Paulo

Não foi bem recebida pelo setor de bares e restaurantes a exigência do comprovante de vacina para entrar em ambientes fechados da capital paulista a partir do próximo dia 30, anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta segunda (23).

Para o presidente da Abrasel (associação de bares e restaurantes), Paulo Solmucci, não há condições de operacionalizar a regra. Ele diz que a entidade está aguardando a prefeitura anunciar os detalhes concretos da medida para reagir e pedir uma revisão da decisão.

Ele também questiona a eficácia do aplicativo que deve ser criado para o cliente comprovar a vacinação na porta dos estabelecimentos. Segundo a prefeitura, a plataforma será lançada até sexta (27).

Solmucci afirma que a medida pode acabar limitando o acesso de visitantes de outros estados que estão atrasados na imunização, além das pessoas que não podem se vacinar por recomendação médica ou não têm smartphones ou internet.

Segundo ele, a exigência também pode aumentar filas e aglomerações.

"É um conjunto de insensatez que, ao nosso ver, só tumultua o ambiente. Teria que haver mais diálogo, preparação e avaliação da viabilidade”, diz Solmucci.

Sylvio Lazzarini, dono dos restaurantes Varanda Grill, diz ser a favor da obrigatoriedade da vacina para funcionários dos estabelecimentos e afirma que não critica a medida do prefeito, mas que é preciso priorizar as ações para acabar com a pandemia.

"Qual é a prioridade absoluta? Toda a população vacinada, protocolos de segurança, máscara, álcool em gel, não servir em pé e evitar aglomerações até que se tenha imunidade total", afirma Lazzarini. Ele também questiona como o passaporte da vacina seria fiscalizado.

Cristiano Melles, presidente da ANR (outra associação do setor, que reúne nomes como Burger King, Cantaloup, Capim Santo e China in Box), disse que ficou sabendo da medida pelo noticiário e pede mais diálogo. ​

"Eu acho complicado tudo o que não é combinado e conversado com o setor antes. Nós não fomos convocados para nenhuma reunião para discutir. Todo mundo está em prol da vacinação, todo mundo quer que essa pandemia acabe, ainda mais em um setor tão prejudicado como o nosso. Precisa ter diálogo", afirma Melles.

Em nota, o McDonald's diz que "aguarda o anúncio oficial da cidade de São Paulo sobre a medida, bem como os detalhes de seus termos. Uma vez publicada, a empresa poderá compreender como seria sua implementação".

Já o Burger King, também em nota, diz que "seguirá as determinações legais tendo sempre como prioridade a segurança de seus colaboradores e consumidores".

Bares e restaurantes registraram casos de aglomeração e pessoas sem máscara no sábado (21) e no domingo (22), primeiro fim de semana sem restrições de horário e lotação no estado de São Paulo.

Na tarde desta segunda-feira (23), a Prefeitura de São Paulo recuou na decisão de obrigar bares e restaurantes a pedir o passaporte da vacina para que clientes possam frequentar os estabelecimentos. O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou se trata apenas de recomendação.



com Mariana Grazini e Andressa Motter

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