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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu inflação juros

Consumidor troca manteiga por margarina e quer marca barata na inflação

Sortimento de produtos no mercado cai diante da alta dos preços, diz pesquisa

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São Paulo

O radar das empresas que monitoram a cadeia de suprimentos vem captando novas mudanças, provocadas pela inflação, no abastecimento dos supermercados e no comportamento do consumidor.

O cenário de fevereiro mostrou supermercados com menor variedade nas prateleiras e produtos mais populares, de acordo com a Neogrid, empresa de software para o varejo.

Corredor de um supermercado em São Paulo - Mathilde Missioneiro -8.abr.20/Folhapress

Segundo Robson Munhoz, diretor na Neogrid, a redução no sortimento é uma tentativa da indústria e do varejo de se adequarem à queda do poder de compra do cliente. Eles reduzem o chamado mix de marcas e, assim, as mais caras somem das prateleiras.

As vendas melhoraram em fevereiro, segundo a empresa, mas com um perfil diferente: a procura é por produtos mais baratos. E quando o consumidor encontra oferta, ele está comprando volume maior. O comportamento é típico de períodos inflacionários.

O leite foi uma das categorias com menor sortimento em fevereiro, e consequente venda de itens mais baratos, de acordo com a Neogrid.

Outro produto que chama a atenção é a margarina, em contraposição à manteiga, segundo a Horus, empresa de inteligência de mercado cuja pesquisa se baseia nas notas fiscais.

Em fevereiro, houve retração na incidência de manteiga nos carrinhos em relação a janeiro. A presença do produto nos cupons de compra caiu de 3,3% para 3%, enquanto a incidência da margarina subiu.

"Apesar de o aumento do preço médio da margarina ter sido superior ao da manteiga nos últimos 12 meses (36% ante 9%), a margarina ainda tem presença maior no carrinho, por apresentar preço médio por quilo inferior ao da manteiga (R$ 15 ante R$ 50), sendo, portanto, uma opção mais econômica", analisa a empresa.

Outra mudança de hábito de consumo tradicional em períodos de aperto é a compra dos iogurtes, um produto que costuma ser tratado como indulgência, ou seja, um prêmio acessível que o consumidor se oferece por reduzir outros gastos.

Por enquanto, o iogurte está entrando mais nos carrinhos, talvez com esse significado da indulgência. Pelos dados da Horus, a incidência média nas notas fiscais subiu de 7,3% entre janeiro e fevereiro de 2021 para mais de 8% nos dois primeiros meses deste ano.

O azeite vai na mesma linha. Porém, com preços em alta, os varejistas parecem ter reduzido o abastecimento com receio de queda na demanda, segundo a Horus. Em fevereiro, o azeite apresentou um aumento acima de 2% no chamado índice de ruptura, que mede a disponibilidade das mercadorias nas prateleiras.

Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco

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