A CPI dos Benefícios Fiscais da Alesp acaba sem ter de fato começado.
Nesta quarta (16), o deputado Caio França, relator da comissão criada para investigar a concessão de benefícios fiscais bilionários pelo estado de São Paulo, vai apresentar o documento final produzido nas reuniões de trabalho.
Pela constante falta de quórum mínimo, a CPI só conseguiu debater o tema das isenções fiscais, sem convocar ninguém.
O objetivo inicial era questionar dois secretários do governo Doria, o da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles, e a do Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
Paulo Fiorilo (PT-SP), presidente da comissão parlamentar, afirma que não aceita o boicote da base governista, a quem acusa de sabotar a investigação.
Para o deputado, as reuniões com especialistas feitas pelo grupo de trabalho deixaram claro que outros estados, como o Pará, têm uma política transparente sobre benefícios fiscais e que "São Paulo erra porque quer".
Fiorilo diz que ninguém é contra concessão de benefícios fiscais, mas falta ao estado informar quem os recebe, quanto, por quanto tempo e o retorno dessa iniciativa ao cidadão.
Além de Fiorilo e França, estiveram presentes nas reuniões ordinárias sem quórum e nas reuniões de trabalho os deputados Castello Branco e Edmir Chedid.
A CPI foi instalada com nove membros titulares e nove suplentes no final de 2021 para averiguar eventuais irregularidades na concessão de benefícios fiscais nos governos tucanos, que, segundo o PT, resultaram na renúncia de receita de mais de R$ 118 bilhões em dez anos.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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