As empresas de transporte regular de passageiros criticam a investida das companhias de ônibus fretados, que lançaram uma associação nesta semana para defender sua visão do mercado com mudanças regulatórias.
Letícia Pineschi, conselheira da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros), diz que a criação da entidade é uma iniciativa legítima, mas as regras do modelo já foram discutidas no ano passado por outras associações do setor.
"Os fretadores tiveram uma derrota muito importante com a lei 14.298 [que vedou a venda individual de bilhete de passagem em transportes não regulares] e agora pretendem reverter essa questão. Mas é totalmente intempestivo com uma lei já pronta. Esse projeto ficou um ano no Congresso. Não faltou discussão, teve audiência pública com outras entidades do setor", diz Pineschi.
O chamado circuito fechado do transporte rodoviário proíbe o passageiro de adquirir somente um dos trechos da viagem fretada —ou seja: a empresa deve ter os mesmos passageiros na ida e na volta.
O fim dessa regra é uma das bandeiras da Abrafrec (Associação Brasileira de Fretadores Colaborativos), que iniciou as atividades nesta semana com mais de 200 associados.
A questão também é defendida pelo deputado federal Márcio Labre (PL - RJ) que, após o lançamento da entidade, solicitou à Câmara dos Deputados a criação de uma frente parlamentar mista em defesa das companhias do chamado fretamento colaborativo.
Joana Cunha com Andressa Motter
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