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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu inflação

Demanda por salgadinho pode indicar busca de produto barato para saciar fome, aponta pesquisa

Levantamento da Horus mostra avanço de itens como refrigerante e biscoito nas classes mais baixas

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Rio de Janeiro

Além do aumento na demanda pelo ovo para substituir a carne bovina que subiu de preço, o consumidor das classes mais baixas também elevou as compras de produtos como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes, segundo o monitoramento da empresa de inteligência de mercado Horus.

O produto que teve o maior crescimento da presença no carrinho de compras foi o biscoito, com alta de 22,6% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço também foi alto nos refrigerantes (17,9%) e nos snacks e salgadinhos (9,2%). Nas classes D e E, a média desses itens na compra foi superior às demais.

Chamados de itens de indulgência no jargão do varejo de alimentos, o consumo desses produtos costuma estar associado a uma busca pela sensação de recompensa em momentos de dificuldade.

Imagem mostra biscoitos recheados, sundae e batata frita
Alimentos ultraprocessados, biscoitos, batata frita e sorvete - Eduardo Knapp - 25.ago.21/Folhapress

Para Luiza Zacharia, diretora da Horus, outra possibilidade é que essa categoria de baixo valor nutritivo, que reúne um grupo grande de produtos de menor desembolso, esteja sendo usada para saciar a fome de famílias de baixa renda, especialmente as crianças.

Segundo a pesquisa da Horus, o aumento do consumo desses produtos ganhou destaque entra as classes sociais de menor poder aquisitivo. Frutas, legumes e verduras, por sua vez, perderam presença na cesta de compras.

"Isso pode indicar uma procura por itens mais baratos para enganar a fome, porque snacks, salgadinhos, biscoitos e refrigerantes têm produtos de baixo valor, que custam R$ 1, R$ 2. Então, por um momento de necessidade, serve para enganar a fome e até vir a ser a próxima refeição", diz Zacharia.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos

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