Empresários e economistas que, em junho, assinaram um manifesto em defesa da candidatura de Simone Tebet (MDB) não tendem a anunciar publicamente seus votos no segundo turno, mesmo depois que a senadora, terceira colocada na disputa, declarou apoio a Lula nesta quarta (5).
Segundo um empresário que atuou no movimento pró-Tebet, o engajamento na terceira via foi um aprendizado e ajudou a marcar presença para 2026. Agora, porém, cada um vai seguir a sua consciência, diz ele.
Entre os que assinaram o manifesto de junho, Arminio Fraga declarou apoio a Lula na terça (4), mas as manifestações públicas devem ser exceção nos 300 signatários.
A lista tem nomes conhecidos do setor privado, como Candido Bracher, Eduardo Mufarej, Walter Schalka, Pedro Wongtschowski, Luis Stuhlberger, Sônia Hess e Vicente Falconi.
O pronunciamento de Tebet, que almoçou com Lula nesta quarta e disse não reconhecer compromisso com a democracia em Bolsonaro, foi elogiado entre signatários do manifesto.
A ex-presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques disse ter considerado o posicionamento e a fala de Tebet coerentes com sua história e com o que defendeu na campanha.
"Entendi sua opção pela não neutralidade, em defesa da democracia, pilar básico da nossa sociedade. Mas um apoio com condições, sem deixar de lado os pontos prioritários de seu projeto para o país, reiterando que espera que esses temas e ideias sejam acolhidos pelo candidato a quem declarou seu voto. Fiquei orgulhosa da minha candidata a presidente", disse Bastos Marques.
O empresário Horácio Lafer Piva também afirma que gostou do discurso da senadora. "Sóbrio, honesto nos propósitos e coerente com o que pregou na campanha e o que enxerga como valores. Não flerta com seu futuro político, e sim com a política enquanto meio. Criou um espaço importante para os próximos meses. É talentosa", disse Lafer Piva.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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