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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Regularização fundiária destrava crédito e bancos miram Amazônia

Iniciativa concentrada no Pará se espalha para outros estados; documento faz terra virar garantia e desperta apetite de bancos

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Brasília

Grandes bancos e até fintechs de investimento descobriram na Amazônia uma mina para a oferta de crédito. Com a política de regularização fundiária implementada pelo governador releeito do Pará, Helder Barbalho (MDB), produtores agrícolas entraram no radar das instituições financeiras.

Itaú, Caixa e Santander já começaram a abrir agências em cidades paraenses. Essas instituições também estão atentas à política similar de regularização em curso em outros estados da Amazônia, como Maranhão, Amapá e Roraima.

Produtor de cupuaçu da cidade de Tome Açu, no Pará; regularização fundiária na região despertou apetite de bancos para oferta de crédito - 29.nov.2010-Jorge Araújo/Folhapress

Antes, produtores rurais nessas regiões não tinham garantias para apresentar —suas terras, por exemplo— e, por isso, enfrentavam dificuldades para financiar a expansão do negócio.

No primeiro mandato, o governador do Pará regularizou 13 mil propriedades, a maioria rural, e pretende, nos próximos quatro anos, chegar a 50 mil.

Em defesa de sua política, Barbalho diz que, sem regularização, não há como fazer a transição da região para a economia verde.

"A regularização é importante, seja para a segurança jurídica e redução de conflitos, seja para facilitar a responsabilidade por crimes ambientais", disse Barbalho ao Painel S.A..

A Caixa, que decidiu concentrar esforços no agronegócio, já mantém uma carteira de quase R$ 13 bilhões em operações para produtores rurais. "Temos operações no Norte e o Pará está em ascensão", disse Rafael Morais, vice-presidente de Finanças e Controladoria.

Até fintechs de investimento e corretoras já procuram fazendeiros da região. Uma delas, que não quis se identificar, afirmou ser mais fácil conceder um crédito de R$ 50 milhões para um produtor nessas novas fronteiras do que para empresas no eixo-Sudeste. Também considera emitir papéis (instrumentos de dívida), caso a propriedade seja empresa do agronegócio.

Os processos de regularização fundiária em andamento nos estados diferem, radicalmente, da política implementada por Jair Bolsonaro. O presidente transformou o programa de reforma agrária brasileiro por meio da titulação de terras.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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